“Acabe a usurpação (afastamento de Nicolás Maduro do poder), um governo de transição e eleições livres e democráticas no país”, declarou Juan Guaidó.
O opositor falava aos jornalistas nos jardins da Assembleia Nacional (parlamento) após ser questionado sobre os protestos contra o regime que desde o passado fim de semana decorrem em várias regiões do país.
“Aqui, o importante é a solução para o conflito. Não há possibilidade de uma solução para o conflito sem a saída do ditador, sem cessar a usurpação, sem a realização de uma eleição presidencial realmente livre e isso depende de cada um dos venezuelanos”, afirmou.
Para Guaidó, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é chamado de “ditador pelo mundo, porque os venezuelanos se esforçaram, se manifestaram fortemente nas ruas”.
“A Venezuela está revoltada contra a miséria, contra o desespero, mas, acima de tudo, é guiada por uma solução, a de que de uma vez por todas o ditador vá embora, que possamos ter eleições presidenciais realmente livres e uma solução para o conflito que a Venezuela está a enfrentar”, disse.
O líder opositor referiu-se às declarações recentes de Nicolás Maduro em que anunciou o reforço do sistema de informações do país.
“Na ditadura não confiam uns nos outros. O ditador fala de investir para monitorizar as Forças Armadas, porque não confia nas Forças Armadas, porque a maioria [dos militares] está com a Constituição”, disse.
Para Juan Guaidó, “a ditadura está desesperada” e trata de confundir, enquanto que a oposição tem dado mostras de união e determinação com manifestações em todo o país.
O presidente do parlamento, onde a oposição está em maioria, enviou ainda uma saudação à comunidade luso venezuelana e aos portugueses residentes em Portugal, um dos mais de 50 países que reconhece como legítima a Assembleia Nacional e apoia Juan Guaidó, uma posição que tomada no âmbito da União Europeia.
“Saudações à comunidade portuguesa da Venezuela, mas também à de Portugal. Os portugueses estão muito atentos ao que está a acontecer na Venezuela, preocupados em alguns casos pelas suas famílias, principalmente pelos direitos humanos, pela democracia, pela liberdade e é por isso que estamos a lutar”, afirmou o líder da oposição à agência Lusa.
Guaidó sublinhou que os venezuelanos estão “a lutar constantemente”, apesar “do sacrifício, do sofrimento dos cinco milhões que emigraram e dos sete milhões em emergência humanitária”, precisando que “87% das famílias (venezuelanas) nem sequer” têm abastecimento de água.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se em janeiro, quando o presidente do parlamento jurou assumir as funções de Presidente interino do país, até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e transparentes no país.
Comentários