Numa resposta enviada à Lusa, a empresa avançou que todos os mestres (21 trabalhadores) aderiram à paralisação parcial, de três horas por turno, o que coincide com a informação dada esta manhã pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).
Segundo a Soflusa, o serviço está a funcionar com perturbações e, entre as 05:50 e as 09:15, “foram suprimidas 40 carreiras”.
Já na quinta-feira, a empresa tinha admitido que as ligações entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, em Lisboa, iriam estar condicionadas no período de greve, hoje e sexta-feira, funcionando apenas entre a 00:00 e a 01:30, às 05:05, das 09:30 às 17:45 e das 22:00 às 23:30.
No entanto, nestes períodos serão suprimidas ligações adicionais em ambos os terminais, entre as 14:55 e as 17:45, segundo comunicado divulgado na sua página da internet.
De acordo com Carlos Costa, da Fectrans, hoje o ambiente manteve-se tranquilo nos terminais fluviais e “não existiu qualquer conflito” com os passageiros.
Também José Encarnação, da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro, disse à Lusa que “não houve confusão”, apesar de, pouco antes das 09:30, se encontrarem no local “mais de 500 pessoas” a aguardar a primeira ligação.
“Começa a aproximar-se agora a hora do início da primeira carreira, às 09:30, mas não houve confusão porque uma grande parte das pessoas estavam informadas e foram encontrando alternativas”, afirmou.
Na quarta-feira, depois de uma reunião entre os sindicatos e o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, a Fectrans anunciou que as negociações na empresa vão ser reabertas, contudo, não foi o suficiente para pôr termo à greve.
“As negociações não foram reabertas para a questão específica. Houve uma reabertura, uma espécie de pré-conclusão sobre o que já se tinha acordado sobre o regulamento de carreiras, mas sobre a questão específica dos mestres, não. Não foi falada qualquer coisa”, revelou o sindicalista Carlos Costa.
Na reunião foram abordadas as matérias laborais transversais à empresa e as matérias que são objeto do pré-aviso de greve dos mestres da Soflusa, o que resultou num acordo em relação a três matérias, designadamente regulamento de carreiras, negociações salariais e contratação de pessoal.
Relativamente à contratação de pessoal, o governante deixou a promessa de “reforçar os recursos humanos na Soflusa, portanto na área marítima, de forma a contratar até seis novos recursos”, a que acrescem os quatro contratados recentemente e que deram origem à abertura de um concurso interno para quatro mestres para os navios que asseguram o transporte fluvial entre o Barreiro e Lisboa.
Apesar desta promessa, o sindicalista referiu que “a valorização da categoria de mestre não foi falada”.
Os mestres da empresa começam também hoje uma greve às horas extraordinárias, que se deve prolongar até final do ano, devido à “falta de profissionais”.
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