O Conselho de Relações Exteriores e de Defesa do Governo grego reuniu hoje para encontrar soluções para reforçar a vigilâncias nas fronteiras, tendo decidido transferir migrantes das ilhas para o continente e ativar um sistema integrado de vigilância marítima, com um custo de 50 milhões de euros, que o Governo anterior tinha rejeitado.
Para dar resposta aos campos sobrelotados, o primeiro-ministro reuniu hoje com os assessores de segurança nacional, tendo decidido também acelerar a deportação de todos aqueles que, tendo pedido asilo, viram o estatuto rejeitado, evitando que permaneçam em território grego por muito tempo.
A decisão acontece na semana em que mais 600 refugiados chegaram à ilha de Lesbos tornando mais difícil a situação de acomodamento de migrantes nos campos daquela ilha do Mediterrâneo.
Num relatório do início de 2019, o Conselho da Europa já tinha denunciado as “condições deploráveis” dos campos de migrantes nas ilhas gregas, referindo-se ainda a atos de agressão das autoridades contra muitos dos refugiados.
No auge da crise de migrantes, em 2015, as ilhas gregas chegaram a receber mais de um milhão e meio de pessoas recuperadas de barcos do Mediterrâneo, com responsáveis da agência das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR) a alertar as autoridades para a situação insustentável.
O Governo grego já tinha reconhecido a sobrelotação de vários campos de refugiados, depois de se ter revelado incapaz para acomodar mais de quatro mil pessoas na ilha de Samos, perante alertas de agências não-governamentais da existência de um “desastre humanitário”.
Nos últimos meses, o Governo de Atenas começou a investir na criação de campos de migrantes no continente, para tentar desanuviar a procura das ilhas, especialmente nos arquipélagos orientais.
O porta-voz do Governo, Stelios Petsas, diz que, na reunião de hoje, o Conselho também decidiu reunir 116 menores desacompanhados que vivem em campos de imigrantes gregos com as famílias residentes em campos de outros países da União Europeia.
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