
Terminou no domingo a sétima temporada de Den stora älgvandringen [A Grande Migração dos Alces], um programa sueco transmitido em direto, que durante quase três semanas acompanhou o percurso anual dos alces rumo às pastagens de verão no norte da Suécia, conta o The Guardian.
O conceito, que à primeira vista pode parecer insólito, tornou-se um verdadeiro fenómeno de audiência. Através da plataforma SVT Play – serviço de streaming da televisão pública sueca –, milhões de pessoas em todo o mundo assistiram a 478 horas de transmissão ininterrupta, iniciada a 15 de abril.
O ponto alto da migração ocorreu com a travessia de 70 alces pelo rio Ångerman, cerca de 290 quilómetros a norte de Estocolmo, registada pelas câmaras às 22h00 de domingo, encerrando oficialmente a emissão. A produção utilizou 26 câmaras remotas, sete com visão nocturna e um drone para garantir que nenhum movimento escapasse.
A iniciativa é liderada por Johan Erhag, gestor de projeto da SVT, que descreveu esta edição como “muito satisfatória”. Desde a sua estreia em 2019, Den stora älgvandringen passou de uma experiência televisiva de nicho para um fenómeno cultural de escala internacional, reunindo, só em 2024, perto de nove milhões de espectadores.
Apesar de os números oficiais de audiência da temporada de 2025 ainda não terem sido divulgados, a SVT já confirmou que os alces regressarão na primavera do próximo ano, para uma oitava edição.
O programa insere-se no género conhecido por "slow TV", ou televisão lenta, que aposta em transmissões em tempo real e sem cortes, promovendo uma experiência contemplativa, quase meditativa. A tendência começou na vizinha Noruega em 2009, quando o canal NRK transmitiu, sem interrupções, uma viagem de comboio de sete horas entre Bergen e Oslo. Desde então, o formato ganhou popularidade em vários países europeus, com programas tão variados quanto maratonas de tricot de 12 horas, viagens marítimas de 134 horas e até uma lareira a crepitar que, surpreendentemente, liderou as audiências da Netflix no Reino Unido no dia seguinte ao Natal.
Comentários