De acordo com o jornal Hurryette o governo turco aprovou na quarta-feira à noite um projeto lei para regular as licenças de emissão através da internet e que requerem a autorização de segurança do Departamento Nacional de Informações e da polícia.
“Já quase não restam meios que permitam à oposição difundir mensagens. A internet é um dos meios onde se podem ouvir as vozes da oposição”, disse hoje à agência EFE Ismet Demirdogen, membro do Partido Popular Republicano.
“Com este projeto lei eliminam-se as liberdades por razões de segurança e silencia-se a oposição”, lamentou.
Demirdogen disse também que a medida foi aprovada no mesmo dia em que o grupo turco Demiroren, próximo do governo, comprou a companhia Dogan, composta pelos meios de comunicação social mais críticos em relação ao presidente Erdogan.
Entre os títulos vendidos contam-se o jornal Hurriyet, a cadeia de televisão CNNTurk e as edições turcas das revistas Elle e Burda.
A nova lei vai permitir ao Conselho Superior de Rádio e de Televisão revogar as licenças de transmissão que não cumpram certos critérios.
As redes sociais que publicam notícias vão também ficar sujeitas à mesma regulação, incluindo as páginas de partidos ou líderes políticos na internet.
“Queremos tomar precauções e regular as emissões de televisão e de rádio caso cometam ações contra a segurança nacional e contra os valores morais do país”, assinalou Ahmet Arslan, ministro dos Transportes, responsável também pela comunicação social.
Na lista dos Repórteres Sem Fronteiras, a Turquia ocupa o lugar 155 no grupo de 180 países que não respeitam a liberdade de imprensa.
Mais de uma centena de jornalistas encontram-se presos na Turquia.
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