Questionado sobre as declarações proferidas pelo embaixador dos EUA, George Glass, em entrevista ao Expresso, publicada na edição de sábado, em que defende que "Portugal tem de escolher entre os aliados e os chineses", Pedro Nuno Santos sustentou que “em Portugal mandam os portugueses”.
“Em primeiro lugar, em Portugal mandam os portugueses, é assim, já vamos a caminho dos 900 anos, e assim continuará a ser. Em segundo lugar nós estamos obviamente muito disponíveis e ansiosos pelo investimento americano em Portugal”, avançou.
Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas à margem da sessão pública de apresentação do plano estratégico do Porto de Sines, no distrito de Setúbal, que visa reforçar o papel do maior porto nacional, em termos de carga movimentada, no shipping internacional nos próximos dez anos.
O embaixador norte-americano George Glass avisou que Portugal “tem de escolher agora” entre a “parceira” China ou os “aliados” EUA em processos como o 5G, a entrada da CCCC na Mota-Engil ou a construção do novo terminal de Sines.
“O concurso [para o terminal Vasco da Gama] está a decorrer com prazo até abril e temos de esperar. Enquanto portugueses o que queremos é que haja muita gente interessada, muitos investidores dos EUA, da China e do resto do mundo, aliás o senhor embaixador dos EUA deu a entender que havia esse interesse e nós estamos de braços abertos para quem quiser investir em Portugal”, concluiu.
Na entrevista ao Expresso, o embaixador norte-americano em Lisboa considera que "Portugal acaba inevitavelmente por ser parte do campo de batalha na Europa entre os Estados Unidos e a China" e alega que esta potência "é uma nova China, com planos de longo prazo para acumular influência maligna através da economia, política ou outros meios".
Segundo George Glass, "nos últimos três anos" Portugal tem olhado para os EUA como "amigos" e "aliados" no domínio da segurança e defesa e para a República Popular da China como "parceira económica".
O embaixador dos EUA defendeu que "não se pode ter os dois" e que os portugueses "têm de fazer uma escolha agora" entre "trabalhar com os parceiros de segurança, os aliados, ou trabalhar com os parceiros económicos, os chineses".
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