“O que há, de facto, é um excesso de oferta referente a 2017 em relação a 2016, que originou um número de lugares não utilizados nas operações de e para ilha do Faial, o que obrigou a SATA no planeamento para 2018 da operação de verão, mais concretamente, em julho e agosto, a fazer um ajustamento daquilo que é a sua oferta”, sublinhou Ana Cunha.
A titular da pasta dos Transportes, acompanhada por Paulo Menezes, presidente do conselho de administração da SATA, foi hoje ouvida na comissão parlamentar de Economia dos Açores na sequência de um requerimento do PS, com caráter de urgência, sobre a programação dos voos para o verão IATA (período entre o fim de março e o fim de outubro) no Faial.
Apesar de a oferta de lugares ser superior à procura, a responsável considerou que existe, contudo, uma margem que “pode ainda acomodar um crescimento da utilização”.
Para Ana Cunha, a redução da procura “não é uma convicção nem uma sensação, mas sim uma certeza”, tendo a governante salvaguardado que “os números com que o Governo Regional trabalhou neste, como em qualquer outro dossiê, foram fornecidos pela empresa e com base na operação, no efetivamente realizado”.
Algumas centenas de faialenses manifestaram-se em 21 de março em frente à Assembleia Legislativa Regional dos Açores para pedir justiça nos voos de e para a ilha, tendo sido escutados por todos os partidos, pelo autarca local e pelo Governo Regional.
A secretária regional considerou que, de março a outubro, a oferta já não foi superior à utilização, sendo que existe uma disponibilidade de mais 55 mil lugares em termos comparativos com os que foram utilizados em 2017.
Durante os trabalhos parlamentares, a deputada do CDS-PP/Açores Graça Silveira considerou que o alojamento local do Faial tem sido afetado por cancelamentos pelos turistas por se verem impossibilitados de chegar à ilha nos meses de julho e agosto por os voos da SATA estarem cheios.
O parlamentar social-democrata Carlos Ferreira acusou o executivo açoriano e a SATA de estarem a “matar o Faial de forma consequente e intencional”, adiantando que existe uma “quase total ausência de promoção de uma estratégia” para o turismo da ilha.
António Lima, do BE, considerou que irá haver uma redução efetiva da frequência no verão nas ligações com o Faial, tendo questionado os valores do Governo Regional e SATA face a outros que considerou distintos divulgados pelo Serviço Regional de Estatística dos Açores.
O deputado socialista Tiago Branco, que contrapôs os argumentos dos deputados da oposição, defendeu a necessidade de promoção da rota do Faial através da realização de uma campanha.
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