A “forte possibilidade de confrontos” levou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, através do Portal das Comunidades Portuguesas, a emitir um comunicado.
"Recomenda-se no dia 8 de dezembro evitar deslocações não necessárias a Paris, especialmente às zonas mencionadas supra, seguir os conselhos das autoridades e sobretudo evitar quaisquer concentrações de manifestantes", lê-se no comunicado.
Entre as zonas a evitar, o Governo lista as seguintes: “Campos Elísios/Arco do Triunfo, Bastilha, République, Opéra/Grands Magasins (onde se situam as Galerias Lafayette e outras), Assembleia Nacional (perto do Museu d’Orsay), Senado (Jardins do Luxemburgo) e Denfert-Rochereau”.
No restante território francês, são recomendados cuidados nos "eixos principais de ligação às grandes cidades" e "nas bombas de gasolina e de supermercados nas regiões de Marselha, Nice, Aix, Arles, Avignon".
Há três semanas que os franceses saem à rua, bloqueando rotundas e autoestradas do país, primeiro para exigir a suspensão de um novo imposto sobre os combustíveis, mas depois também para denunciar o empobrecimento.
A decisão, anunciada quarta-feira, de suspender aumentos de impostos não chegou para acalmar os ânimos, com os porta-vozes do movimento a dizerem que “vieram tarde e sabem a pouco”.
Os protestos anunciados para este sábado já motivaram o encerramento de dezenas de museus parisienses, da torre Eiffel e o cancelamento de vários jogos da Ligue 1.
Leia o comunicado na íntegra:
Embora não se possa prever exatamente o que irá acontecer no próximo fim-de-semana há, por parte das autoridades francesas, a indicação de que no dia 8 (Sábado) irão continuar as manifestações em Paris, existindo forte possibilidade de confrontos.
As manifestações poderão surgir em Paris, estando especialmente sinalizadas as zonas dos Campos Elísios/Arco do Triunfo, Bastilha, République, Opéra/Grands Magasins(onde se situam as Galerias Lafayette e outras), Assembleia Nacional (perto do Museu d’Orsay), Senado (Jardins do Luxemburgo) e Denfert-Rochereau. Está prevista também uma Marcha pelo Clima (de Nation até République), apesar de vários apelos para a mesma não se realizar.
Face a isto, recomenda-se no dia 8 de dezembro evitar deslocações não necessárias a Paris, especialmente às zonas mencionadas supra, seguir os conselhos das autoridades e sobretudo evitar quaisquer concentrações de manifestantes.
Recomenda-se ainda que, no próprio dia, os viajantes se mantenham informados sobre a evolução da situação, recorrendo às aplicações (Apps) dos transportes públicos (RATP em Paris, por exemplo) para nomeadamente verificar as linhas e estações em funcionamento, acompanhando também as notícias veiculadas pelos canais de informação e pelas redes sociais como o Twitter, mas seguindo apenas as contas oficiais (i.a. das Préfectures de Police e das Mairies, sobretudo a de Paris). A Mairie de Paris anunciou que vai divulgar, através de redes sociais e dos vários painéis informativos espalhados pela cidade, informação sobre zonas a evitar. Adicionalmente, vários monumentos e museus, incluindo os mais emblemáticos, estão encerrados e vários eventos desportivos, culturais e associativos têm sido cancelados ou adiados.
Quanto ao restante território continental, para além de acções de protesto nalguns centros urbanos, devem estar atentos a possíveis interrupções/bloqueios de trânsito nos eixos principais de ligação às grandes cidades, como por exemplo na A10 (Grande Paris-Bordéus) ou nos acessos a Marselha, que continuam a ser palco de bloqueios intermitentes ou móveis. Verificam-se algumas dificuldades no reaprovisionamento de bombas de gasolina e de supermercados nas regiões de Marselha, Nice, Aix, Arles, Avignon. O acesso ao aeroporto que serve a região da Provença pode ser novamente bloqueado. Persistem alguns pontos de bloqueio na Bretanha, não se tendo, porém, registado incidentes graves. Em qualquer caso, deverão sempre seguir os conselhos das autoridades.
Em relação a visitas/deslocações ao resto do território francês, têm-se verificado vários problemas na Ilha da Reunião e, apesar da recente acalmia, devem ser bem ponderadas as deslocações não necessárias.
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