“Temos ‘call centers’ [centros de atendimento telefónico], mas o escritório, o centro de inovação que a Google vai abrir para a Europa, Médio Oriente e África em Lisboa não é um ‘call center’”, garantiu aos jornalistas o diretor de Assuntos Institucionais da Google Portugal e Espanha, Francisco Ruiz Anton.
Falando à margem da apresentação de resultados do primeiro ano do projeto Ateliê Digital, em Lisboa, o responsável mostrou-se também admirado com a polémica gerada em torno do tipo de espaço: “Surpreende-me esta discussão porque é um centro de operações da Google. Não tem sentido essa discussão”.
Em causa está, segundo Francisco Ruiz Anton, um total de 535 postos de trabalho, para diversas áreas.
“Podem ser serviços financeiros de apoio à Google que se prestem desde aqui, como outros serviços. Falamos de todas [as vagas], depende dos serviços que prestem”, afirmou o responsável, quando questionado sobre quais os trabalhadores que a multinacional norte-americana procura no país.
A estimativa é que, “se tudo correr bem”, este centro de inovação comece a funcionar no final de julho, estando previsto para o parque empresarial Lagoas Park, em Oeiras.
Francisco Ruiz Anton escusou-se a apontar valores de investimentos, mas sustentou que “o maior investimento” relaciona-se com os empregos a criar, num tipo de centro “onde é possível crescer” na carreira.
“É uma grande notícia para este país e uma grande prova da confiança da Google”, notou.
Falando sobre os motivos que levaram a empresa a querer instalar-se em Portugal, o responsável recusou que tenha sido pelos custos laborais.
“Havia uma série de países em lista para abrir este escritório e os custos laborais não foram o motivo para vir para cá. Posso assegurar que havia outras opções com custos laborais mais baixos”, referiu Francisco Ruiz Anton.
Ao invés, a empresa escolheu Portugal por ser “um país que está a apostar no setor tecnológico, no empreendedorismo e nas ‘startup’ [empresas com potencial de crescimento]”.
“Se a Google está cá é porque aqui há talento, gente formada”, vincou.
Presente na ocasião, o ministro da Economia, Caldeira Cabral, observou que “a Google não é apenas uma empresa que chega a Portugal para criar empregos”.
“É mais um exemplo interessante de uma empresa tecnológica que chega a Portugal para desenvolver tecnologia e desenvolver coisas para o mercado português e para todo o mundo”, apontou aos jornalistas.
Um dos projetos em curso é o do Ateliê Digital, iniciado há um ano, que neste período permitiu que 35 mil portugueses adquirissem competências digitais, tanto em sessões presenciais como ‘online’.
Francisco Ruiz Anton disse ainda aos jornalistas que outra das iniciativas da Google em Portugal é o projeto GEN10S, que visa formar crianças entre os oito e os 12 anos, que se encontrem em risco de exclusão social, em programação e código.
“Portugal é um país importante para esta empresa e isso demonstra-se na quantidade de projetos que estamos a desenvolver aqui”, concluiu.
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