“Os riscos adicionais estão ligados à interação entre lava e água” no lago, disse o governador militar Constant Ndima, na sua ordem de evacuação de Goma, no leste da RDCongo, que levou à retirada de dezenas de milhares de pessoas, segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP).
Num discurso dirigido à população nos meios de comunicação locais, o governador referiu que “os atuais dados sísmicos e de deformação do solo indicam a presença de magma sob a área urbana de Goma, com uma extensão sob o Lago Kivu”.
“Não podemos atualmente excluir uma erupção em terra ou debaixo do Lago (Kivu) que poderá acontecer muito em breve ou mesmo sem quaisquer sinais de aviso”, explicou.
O responsável alertou que “a situação pode mudar rapidamente, está sob vigilância constante”, e na “antecipação desta possível catástrofe, a evacuação é obrigatória e será feita para Sake (localidade a 20 quilómetros a oeste de Goma)”.
“O povo deve levar o mínimo de coisas com eles, para dar a todos a oportunidade de sair depois de terem tido o cuidado de fechar as suas casas”, concluiu.
Pelo menos 32 pessoas morreram desde sábado, incluindo duas dezenas em consequência de gases libertados após a erupção do vulcão Nyiragongo, e entre 900 e 2.500 casas foram destruídas pelos fluxos de lava, segundo organizações humanitárias.
Localizada na província de Kivu do Norte, que também faz fronteira com o Uganda, a região de Goma é uma zona de intensa atividade vulcânica localizada no vale do Rift, com seis vulcões, incluindo os vizinhos Nyiragongo e Nyamuragira, que se elevam a 3.470 e 3.058 metros, respetivamente.
A anterior erupção do Nyiragongo, em 2002, levou milhares a abandonarem as suas casas e provocou centenas de mortos.
Goma alberga um grande contingente de soldados da paz e de muitos membros da missão das Nações Unidas na RDCongo, sendo também base de muitas organizações não-governamentais e outras organizações internacionais.
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