Em declarações à agência Lusa, Fernando Henriques adiantou que o incidente ocorreu hoje de manhã, num voo das 10:30 da TAP, com destino a Paris, em que dois passageiros terão conseguido sair do avião e agredir o funcionário da Groundforce, empresa de assistência em terra nos aeroportos.
De acordo com o responsável do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), os dois passageiros “desceram à placa e agrediram brutalmente um trabalhador da Groundforce, que teve de receber assistência hospitalar”, com suspeitas de “fraturas em duas costelas”, além de várias escoriações.
Fernando Henriques sublinhou que o avião da TAP “estava em posição remota”, ou seja, localizado num ponto da pista que só é acessível aos passageiros por transporte próprio autorizado, o que leva o sindicalista a responsabilizar a companhia aérea pelo facto de os dois passageiros terem conseguido sair do avião.
“Os dois passageiros desceram à placa e presumimos, porque não temos confirmação disso, que o tenham feito com autorização da tripulação porque não vemos de que outra forma um passageiro que já está dentro do avião consegue sair sem ser visto pela tripulação”, criticou.
Contactada pela Lusa, fonte da TAP confirmou que a empresa teve conhecimento do incidente a partir do relatório do comandante da aeronave, que reportou o mau comportamento de dois passageiros e de que estes tinham agredido um funcionário em terra.
A mesma fonte acrescentou que o incidente fez com que o voo saísse atrasado mas não confirmou, no entanto, que os alegados agressores já estivessem dentro do avião antes das agressões ocorrerem.
Já fonte do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou à Lusa que as autoridades policiais do aeroporto foram chamadas por causa deste incidente, tendo os dois alegados agressores sido identificados, mas não detidos.
A fonte da PSP acrescentou que aquelas duas pessoas não seguiram no voo em que tinham embarcado, mas disse não saber se os dois homens seguiram ou não noutro voo com destino a Paris.
Esclareceu ainda que o funcionário agredido tem agora seis meses para apresentar queixa.
Da parte da Groundforce, a assessora de imprensa adiantou que a empresa está a colaborar com as autoridades e que o funcionário tem intenção de apresentar queixa contra os dois agressores.
De acordo com Joana Nunes, o incidente acontece quando os dois passageiros veem o funcionário da Groundforce a manusear a sua mala “e não gostaram da forma como o funcionário o estava a fazer”.
“Saíram do avião, começaram a discutir e depois passaram para as agressões”, disse a responsável.
Para o coordenador do SITAVA, Fernando Henriques, esta é uma situação que demonstra uma “manifesta falta de segurança”, aproveitando para alertar que podem acontecer novas situações tendo em conta o fluxo estimado para este ano de mais 4 milhões de pessoas, o que pode “potenciar mais situações delicadas”.
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