Clément Beaune felicitou hoje os alemães que optaram, nas eleições legislativas – vencidas pelo social-democrata Scholz, que vai liderar o executivo alemão -, pela “moderação e estabilidade” e ainda que, “em certa medida”, apoiaram as políticas da ainda chanceler alemã, Angela Merkel, (da coligação conservadora CDU-CSU).
Beaune sublinhou, numa entrevista ao canal de televisão France 3, que as três formações que ocuparam os três primeiros cargos nas eleições de domingo, os social-democratas (SPD), o bloco conservador CDU-CSU e os Verdes, têm uma posição “europeísta” assumida.
O político francês negou que a derrota dos conservadores signifique um revés para a política de Merkel, já que o candidato do SPD, Olaf Scholz, é o vice-chanceler do atual Governo alemão.
Durante a campanha, segundo Beaune, Scholz teria seguido os passos de Merkel, afirmando que se conseguisse a liderança do novo executivo, este seria marcado pela continuidade.
Beaune acrescentou que o bloco conservador, na segunda posição, também insistiu no seu desejo de continuidade, indicando, “até certo ponto, que os alemães votaram em Angela Merkel”.
Questionado se tem uma coligação favorita para a formação do futuro Governo alemão, o secretário de Estado francês disse que não.
No entanto, posteriormente reconheceu que o executivo francês mantém algumas diferenças para com os Verdes alemães, em particular no que diz respeito à consideração da energia nuclear como energia “verde” na taxonomia que é negociada na União Europeia.
De acordo com a contagem dos votos das eleições de domingo, o SPD conseguiu 25,7% dos votos, o melhor resultado desde a eleição de Gerard Schroder, mas, mesmo assim, vai precisar necessariamente de uma coligação de pelo menos três partidos para poder governar.
A CDU-CSU sofreu a pior derrota desde 1949, alcançando apenas 24,1% dos votos, o que corresponde a uma queda de 9% em comparação com as legislativas de 2017.
Atrás do SPD e da CDU, que governam alternadamente o país desde 1949, juntas ou como forças coligadas, estão os Verdes com 14,8% dos votos e os liberais do FDP com 11,5%.
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