O anúncio de França foi feito pela ministra da Defesa, Florence Parly, que através da rede social Twitter escreveu que “esta operação está concluída, mas França continua mobilizada para permitir a saída de todos aqueles que necessitam de proteção”.
Durante esta operação França retirou do Afeganistão cerca de três mil pessoas, entre as quais se contam mais de 2.600 afegãos, tendo garantido que tentará ajudar mais pessoas a sair depois de 31 de agosto — data limite para a retirada das forças estrangeiras.
Parly e o ministro dos Assuntos Estrangeiros de França, Jean-Yves Le Drian, emitiram um comunicado conjunto em que referem que “a França continuará, também depois de 31 de agosto, por todos os meios possíveis, o seu trabalho de proteção de todos os que estão ameaçados”.
“Prosseguiremos os nossos esforços junto dos responsáveis talibãs para garantir que não colocarão nenhum obstáculo à saída daqueles que assim o desejem, após o dia 31 de agosto”, salientam no mesmo comunicado conjunto.
Os dois governantes agradeceram aos Emirados Árabes Unidos, pela utilização de uma base militar e aos aliados, sobretudo aos Estados Unidos, por garantirem a segurança do aeroporto de Cabul.
Os mais de 2.600 afegãos retirados por França em menos de duas semanas, no âmbito da operação ‘Apagam,’ somam-se aos cerca de 1.500 que já haviam sido retirados antes de 15 de agosto.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou também hoje que o país retirou o seu pessoal do Afeganistão, com exceção de um pequeno contingente, dando por concluída a operação.
“Até hoje, trouxemos para o nosso país todos os nossos civis. Resta uma equipa de técnicos, um número reduzido, mas para além deles retirámos do Afeganistão todas as nossas equipas”, referiu Erdogan, em declarações proferidas durante uma visita a Serajevo.
Segundo adiantou, a equipa de pessoal turco que ainda ficou no Afeganistão é composta por cerca de 30 pessoas.
O presidente da Turquia confirmou que o seu país tem estado em contacto oficial com os talibãs, manifestando desejo de que estes encontros continuem.
“Os talibãs de hoje não são os de antes. O que importa é o que fazem agora, o que farão no futuro, não o que faziam antes”, disse Erdogan no final da sua visita a Serajevo.
Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.
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