Desta dezena e meia de novas viaturas que desde hoje andam nas ruas da capital, seis são de dimensão ‘standard’ e nove são autocarros articulados, mas todos eles são movidos a gás natural.
Nesta primeira fase, os autocarros articulados serão alocados às carreiras 728 (que faz o percurso entre o Restelo e a Portela), enquanto os de menor tamanho vão servir as carreiras 727 (entre Roma-Areeiro e o Restelo) e 732 (Marquês de Pombal-Caselas).
No futuro, os novos veículos articulados vão reforçar também a linha 736 (entre Odivelas e Cais do Sodré), e os ‘standard’ poderão ser utilizados nas linhas 738 (Quinta Barros-Alto Santo Amaro) e 709 (Campo de Ourique-Restauradores).
Segundo explicou aos jornalistas o presidente da Carris, Tiago Farias, estes veículos vão reforçar carreiras que “atravessem zonas de congestionamento” e com mais problemas de poluição, substituindo autocarros que, em alguns casos, têm 20 anos.
Antes de embarcar na viagem inaugural de uma destas viaturas, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, afirmou que os utentes da rodoviária “vão, a partir de agora, beneficiar de um transporte de mais qualidade, com menos ruído, com mais conforto, com ‘wi-fi’ gratuito a bordo mas, acima de tudo, vão beneficiar de um transporte público mais regular, mais frequente, com menos atrasos e com menos falhas”.
“No final do ano de 2019, só com este processo de aquisição, nós teremos renovado cerca de um terço da atual frota da Carris”, composta por 600 autocarros, acrescentou Medina, considerando que, com esta renovação, “começa o futuro da Carris”.
Já depois da viagem, o autarca da capital explicou aos jornalistas que, “num primeiro momento, estes autocarros acrescerão à frota”, mas depois “começa a haver o abate dos autocarros antigos mais poluentes”.
Posteriormente, referiu o presidente da câmara, serão adquiridos mais autocarros e “o saldo global deste processo será de mais 100 autocarros”, o que constitui “um aumento de cerca de 15%” do número de veículo, mas também um incremento de “entre 35 a 40% da capacidade de oferta”.
Este reforço vai permitir também repor serviços noturnos e de fim de semana, a par da abertura de novas linhas, disse Fernando Medina.
Durante o próximo ano, a empresa vai contar com mais 250 autocarros, praticamente todos a gás natural ou elétricos (a exceção são apenas os minibus, que continuam a ser movidos a diesel), o que constitui um investimento de 60 milhões de euros.
O presidente da Carris falou num “momento histórico”, uma vez que a empresa passou “quase uma década sem aquisição de veículos”.
Na apresentação, Tiago Farias anunciou também que vai fechar o ano com a “contratação de mais de 200 novos colaboradores”, maioritariamente motoristas e guarda-freios.
A par disto, a Carris vai contar com “um grande programa de investimentos, que ascende aos 150 milhões de euros nos próximos quatro anos”.
Em jeito de balanço do trabalho feito desde que a empresa passou a estar inserida no universo municipal, há quase dois anos, a rodoviária aumentou “em cerca de 5%” os quilómetros percorridos, tendo passado “de perto de 90% de taxa de cumprimento para valores superiores a 97%”, situando-se “já em números de referência internacionais”, explicou Tiago Farias.
Também presente na apresentação, o ministro do Ambiente e da Transição Energética considerou ser “evidente que uma empresa como a Carris tem de ser gerida pela Câmara Municipal de Lisboa”, mas “há décadas e décadas que isto não acontecia”.
João Pedro Matos Fernandes aplaudiu o facto de estes autocarros serem mais amigos do ambiente, e recordou que “não foi há muito tempo que foi lançado um concurso para a privatização da Carris em que se obrigava que todos os autocarros tinham de ser a diesel”, o que classificou de “asneira monumental” do anterior Governo (PSD/CDS-PP).
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