Liz Cheney e Adam Kinzinger são os dois únicos republicanos que integram a comissão de investigação da Câmara dos Representantes que procura esclarecer o papel do ex-presidente durante o ataque ao Congresso, por apoiantes deste, em 06 de janeiro de 2021.
O painel da Câmara dos Representantes investiga não apenas a conduta de Trump em 06 de janeiro, quando este apelou à multidão para “lutar incessantemente” contra o resultado eleitoral, mas também os esforços do ex-presidente, meses antes, na contestação da derrota eleitoral face a Joe Biden ou na obstrução a uma transição pacífica de poder.
O partido conservador está reunido no Estado de Utah e aprovou uma moção de censura, principalmente simbólica, acusando os dois congressistas de comportamento “destrutivo para a Câmara de Deputados, o Partido Republicano e para a República”.
Em paralelo, os republicanos referiram hoje que os protestos de 06 de janeiro, que alguns democratas apelidaram como ato de terrorismo, foram uma “expressão política legítima”.
Esta votação confirma mais uma vez a considerável influência que Donald Trump mantém no partido, mais de um ano depois de ter sido derrotado nas eleições por Biden.
O magnata tem acusado repetidamente Liz Cheney, que se tornou uma das suas maiores inimigas no Congresso norte-americano, de ser “desleal e belicista”.
Trump tinha também anunciado em setembro que apoiaria um rival desta nas primárias republicanas para impedi-la de ser reeleita nas eleições intercalares, que decorrem em menos de um ano.
Liz Cheney acusou “os líderes do Partido Republicano de se tornarem reféns de um homem que admite tentar derrubar uma eleição presidencial”.
Nos bastidores, várias figuras dos republicanos, como o ex-presidente George W. Bush, já fizeram donativos para a campanha de reeleição de Liz Cheney.
Outras figuras moderadas do partido criticaram a votação de sexta-feira.
“A vergonha recai sobre um partido que censura pessoas que procuram a verdade”, referiu o senador Mitt Romney.
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