“Terá de ser feita uma avaliação final, mas pelo que eu vi esta manhã foi tudo muito bem executado e as tripulações e as pessoas envolvidas estão de parabéns. Vamos com certeza ter que analisar para ver onde é que podemos ainda melhorar”, adiantou, em declarações aos jornalistas, o general Eduardo Faria, Comandante da Zona Aérea dos Açores, que este ano dirigiu o exercício.
O “ASAREX17”, integrado no VII Encontro de Busca e Salvamento dos Açores, simulou hoje a queda de um avião no mar, na sequência de uma amaragem mal sucedida, em que foram resgatados vários tripulantes com vida e uma vítima mortal, no Porto de São Fernando, na freguesia do Porto Martins, na ilha Terceira.
A iniciativa, que incluiu outras atividades ao longo de toda a semana, envolveu cerca de 200 pessoas, uma corveta da Marinha Portuguesa, vários botes salva-vidas, dois aviões (P3 e C295) e um helicóptero (EH101) da Força Aérea portuguesa, um avião C130 do Canadá, bem como meios terrestres do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores.
“Este exercício serve basicamente para nós alinharmos e ajustarmos procedimentos, tanto a nível interno, na Força Aérea, como entre os ramos, como internacionalmente, o que é muito importante. Quando estamos a falar de salvamento de vidas, toda esta coordenação e as lições que aprendemos são muito importantes”, salientou Eduardo Faria.
Foram envolvidos meios aéreos do Canadá e estava prevista também a participação de meios de Espanha, mas devido a problemas operacionais não foi possível.
Assistiram ao exercício membros de centros de busca e salvamento de Halifax (Canadá), Cabo Verde, Lyon (França), Canárias e Madrid (Espanha), estando também prevista a presença de representantes norte-americanos, cancelada devido às catástrofes naturais que assolam o país.
Para o Comandante da Zona Aérea dos Açores, é importante aperfeiçoar as relações entre os meios dos diferentes países, até porque o Centro de Busca e Salvamento das Lajes, na ilha Terceira, já coordenou por várias vezes meios de outros países, por estarem na sua área de responsabilidade.
“Temos de estar preparados para esta interligação forte e eficaz, porque nestas coisas minutos são preciosos”, frisou.
Também o Comodoro Valentim Rodrigues, Comandante da Zona Marítima dos Açores, destacou a relevância deste tipo de exercícios para treinar procedimentos e técnicas entre a Marinha e a Força Aérea, mas não só.
“Permite-nos treinar interoperabilidade entre os diferentes sistemas, ajustar aquilo que fazemos e termos os equipamentos e os sistemas adequados para levar a cabo a nossa missão e depois partilhar e trocar experiências com os países que aqui nos visitam”, salientou.
Segundo Valentim Rodrigues, em 2016, o Centro de Busca e Salvamento de Ponta Delgada “foi considerado o melhor centro de busca e salvamento do mundo, em conjunto com Lisboa”, mas há cada vez mais desafios a superar.
Em 2017, a Força Aérea e a Marinha nos Açores já contabilizaram 141 ações de busca e salvamento, que resultaram no salvamento de 101 pessoas.
“É um número que tem vindo a crescer, porque há mais pessoas no mar e temos os cruzeiros também que nos visitam com regularidade”, adiantou o Comandante da Zona Marítima.
Para Carlos Neves, presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, este tipo de exercícios é importante para testar a coordenação entre as diferentes entidades, mas também a rede de comunicações de emergência.
“Estes cenários são muito reais e são cenários que podem acontecer na nossa região. É de grande importância nós os testarmos e estarmos prontos. Felizmente, correu muito bem”, frisou.
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