A Presidente peruana Dina Boluarte aceitou na sexta-feira a renúncia de Rojas. O agora ex-ministro tinha sido chamado ao parlamento do país para responder a perguntas dos deputados sobre a atuação das forças de segurança nas manifestações.
Boluarte nomeou como novo ministro do Interior o antigo diretor da polícia peruana Vicente Romero, que já tinha ocupado o cargo em 2018, sob o então presidente Pedro Pablo Kuczynski.
A chefe de Estado nomeou ainda a psicóloga Nancy Tolentino como nova ministra da Mulher e Populações Vulneráveis e o advogado Luis Alfonso Adrianzén, antigo secretário-geral da Presidência do Conselho de Ministros, como novo ministro do Trabalho.
Os ex-titulares das duas pastas, Grecia Rojas e Eduardo García Birimisa, apresentaram a demissão na sexta e quinta-feira, respetivamente, em protesto contra a gestão da crise política.
Numa carta de renúncia enviada à chefe de Estado, Birimisa apelou a Boluarte para pedir desculpas e reconhecer erros na resposta aos protestos, que disse serem motivados por “reivindicações sociais há muito ignoradas”
O político defendeu também que a crise social e política no Peru “merece uma mudança de rostos na direção do país e uma antecipação de eleições que não podem esperar até abril de 2024”.
Três dirigentes de uma organização envolvida nos protestos que decorrem na região de Ayacucho, sul do Peru, foram detidos na noite de quinta-feira, anunciaram fontes policiais.
A procuradoria-geral do Peru disse ter iniciado oito investigações para determinar “os responsáveis pela perda de vidas humanas” e ainda três outros inquéritos paralelos pelos ataques às sedes do Ministério público em cidades do sul do país.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos apelou na sexta-feira a um “diálogo amplo e inclusivo” para encontrar uma saída para o “clima de extrema polarização social e política” no Peru, no final da visita de uma delegação deste órgão autónomo da Organização dos Estados Americanos ao país.
Os protestos exigem a renúncia de Boluarte, a dissolução do Congresso, a convocação de uma assembleia constituinte, novas eleições para 2023 e a libertação do presidente deposto Pedro Castillo, entretanto condenado a 18 meses de “prisão preventiva”.
As manifestações iniciaram-se em dezembro passado, logo após Boluarte ter assumido a chefia do governo, depois de o Congresso ter destituído Castillo, acusado de promover um golpe de Estado que implicava a dissolução da câmara e a realização de novas eleições.
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