“Depois do ataque terrorista de hoje, não há alternativa a não ser a eliminação física de Zelensky e da sua pandilha”, escreveu Medvedev, atual ‘número dois’ do Conselho de Segurança da Rússia, na rede social Telegram, já depois de a Ucrânia ter rejeitado qualquer ligação ao incidente no centro da capital russa.
Para o ex-presidente russo, não é necessário que Zelensky permaneça vivo, “nem é necessário assinar a rendição incondicional”, recordando que, na Segunda Guerra Mundial, “também Hitler não a assinou”, referindo-se ao facto de o antigo líder alemão se ter suicidado antes da queda do Terceiro Reich.
Medvedev acrescentou que “haverá sempre alguém que ocupará o seu lugar, como aconteceu ao Presidente e almirante (Karl) Donitz”, referindo-se à figura que herdou a liderança do Terceiro Reich após a morte de Hitler e assinou a rendição da Alemanha na Segunda Guerra Mundial.
A publicação foi feita às 17h10 no Telegram de Medvedev e ainda não foi desmentido.
A Rússia acusou hoje a Ucrânia de atacar o Kremlin com ‘drones’ na noite de terça-feira, com o objetivo de assassinar o Presidente russo, Vladimir Putin.
O Kremlin considera a investida contra o Kremlin como “um ataque terrorista planeado e um atentado contra a vida do Presidente da Federação Russa, perpetrado na véspera do Dia da Vitória e do desfile militar de 9 de maio”.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já negou que as suas forças tenham tentado assassinar Vladimir Putin.
“Não estamos a atacar Putin ou Moscovo, estamos apenas a lutar no nosso território, a defender as nossas vilas e cidades”, disse Zelensky em Helsínquia, em conferência de imprensa coletiva conjunta com os líderes da Finlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega e Islândia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
(Artigo atualizado às 19h05)
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