À saída de uma conferência sobre "Democracia e Liberdade de Imprensa", organizada pela revista sábado, num hotel de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa recusou comentar a campanha eleitoral em curso para as eleições de 26 de maio para o Parlamento Europeu.
O Presidente da República respondeu que "vê, ouve e lê, mas não pode opinar" e acrescentou que a mensagem em que vai insistir até às eleições é um apelo à participação eleitoral.
"Estou um pouco preocupado, por uma razão adicional: é que nós aumentámos muito o número de recenseados no estrangeiro, com o recenseamento automático, digamos assim. Isso aumentou o número de votantes no estrangeiro de menos de 300 mil para um milhão e 400 mil", explicou.
Marcelo Rebelo de Sousa pediu aos cidadãos que "não se desinteressem", dirigindo-se em particular aos que residem fora do país.
"Somem esse milhão e umas centenas de milhares ao universo eleitoral e vejam o que seria de traumatizante descobrir na noite das eleições que a percentagem de votantes teria sido de 25 ou de 30% de portugueses. Isso seria um mau sinal para a democracia portuguesa", alertou.
O chefe de Estado defendeu que os portugueses "têm de se interessar" pelas eleições europeias, "porque hoje 70 ou 80% de decisões fundamentais são tomadas na União Europeia".
"Não participar, não votar na eleição dos únicos representantes de Portugal diretamente escolhidos numa instituição europeia é deitar pela janela uma oportunidade de influenciar, por pouco que seja, aquilo que é o futuro de cada um", argumentou.
Interrogado sobre a ideia de se poder votar a partir dos 16 anos, que se debateu no parlamento na terça-feira, por proposta do PAN, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "esse aí é um debate a fazer", mas noutra altura: "Agora não misturemos com uma campanha eleitoral como esta que está em curso".
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