Este aviso foi deixado por António Costa no jantar/comício do 46.º aniversário do PS, em Lisboa, que contou com a presença do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e de vários ministros, com particular destaque para Mário Centeno (Finanças) e Augusto Santos Silva (Negócios Estrangeiros).
Neste jantar, foi homenageado o antigo líder parlamentar socialista Alberto Martins pelos 50 anos da Crise Académica de 1969, contestação estudantil ao regime do Estado Novo que este ministro dos governos de António Guterres e José Sócrates chefiou enquanto presidente da Associação Académica de Coimbra.
Antes do discurso final de Alberto Martins, António Costa referiu que alguns setores opositores do Governo dizem que as eleições de maio próximo "são só europeias".
"Convém que ninguém seja ingénuo. Eu sei bem, todos nós sabemos bem, o que é que eles desejam destas eleições europeias", disse.
Segundo António Costa, o objetivo desses setores políticos "é enfraquecer o Governo do PS, impedir que se prossiga o cumprimento do programa [do executivo]".
"Eles sabem bem que uma grande vitória em outubro começa agora com uma grande vitória já no próximo dia 26 de maio", afirmou.
Ainda na mesma lógica de discurso, o líder socialista considerou que as eleições europeias serão tão importantes como as eleições autárquicas de 2017 e mesmo tão importantes como as próximas legislativas.
"Peço a todos e a todas que nos mobilizemos mesmo a sério, porque estas eleições europeias são tão decisivas como foram as autárquicas de há dois anos, são tão decisivas como as legislativas de outubro", sustentou, após ter deixado elogios ao cabeça-de-lista socialista às europeias, Pedro Marques, que se encontra nos Açores.
António Costa dedicou a parte final do seu discurso, com cerca de 30 minutos, à questão da mobilização partidária, procurando desfazer a ideia de que as únicas eleições importantes no país são as legislativas.
"Precisamos de dar força ao PS já e agora nas europeias e não apenas quando chegarmos a setembro e formos à Madeira ganhar pela primeira vez essas eleições regionais. Dar força ao PS não é só em outubro quando ganharmos as eleições legislativas", declarou.
De acordo com o secretário-geral socialista, essa vitória do PS é "essencial, porque é preciso dar força" à sua corrente política na Europa.
Só com os socialistas fortes na Europa - advogou António Costa - se poderá ajudar a concluir duas negociações muito difíceis: a reforma da zona euro e as perspetivas financeiras da União Europeia.
"Temos de garantir uma capacidade orçamental efetiva na zona euro, que financie os investimentos necessários para melhorar a produtividade, o nosso potencial de crescimento e a competitividade da economia portuguesa. Para ganharmos essa negociação, temos de ter um PS forte", defendeu.
Em relação ao próximo quadro comunitário de apoio, o líder socialista frisou que Portugal ainda não se pode dar como satisfeito.
"Se queremos defender o segundo pilar da política agrícola, se queremos evitar cortes na política de coesão, temos de ter um Governo forte e um PS forte. Para isso, é preciso o vosso voto nas eleições europeias", acrescentou.
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