Carlos César falava no jantar do 46.º aniversário do PS, na antiga FIL (Feira Internacional de Lisboa), num discurso que antecedeu o do secretário-geral socialista, António Costa.
Neste jantar - em que o PS homenageou o seu antigo ministro e líder parlamentar Alberto Martins pelo por ocasião dos 50 anos da crise académica, que liderou enquanto presidente da Associação Académica de Coimbra em 1969 -, Carlos César fez um breve discurso centrado nas medidas tomadas pelo atual Governo ao longo da presente legislatura.
Os portugueses, na sua opinião, "ganharam" com a governação socialista nos últimos três anos e meio, razão pela qual "é altura de pedir aos eleitores, com humildade e sentido de responsabilidade, confiança no PS para uma vitória merecida nas europeias e uma grande vitória nas eleições legislativas no final do ano".
Depois de saudar os fundadores do PS presentes no jantar e o antigo Presidente da República Jorge Sampaio, um "exemplo de retidão", Carlos César referiu-se em seguida aos membros mais novos do seu partido.
No entanto, César iniciou esse capítulo da sua intervenção com uma nota irónica dirigida ao anterior chefe de Estado, Cavaco Silva, que admitiu que a idade da reforma supere os 80 anos a médio prazo.
"O PS faz 46 anos, o que para o tutor do PSD, Cavaco Silva, só teria chegado a meio da idade da reforma. Com 46 anos, pode dizer-se que o PS está na flor da idade, tem a experiência suficiente, tem um percurso de grandes feitos na sociedade, tem energia, boa saúde e uma boa cabeça à sua frente", disse, aqui, num elogio a António Costa
Mas o PS, de acordo com o seu presidente, "tem uma juventude e uma capacidade de renovação que é garantia do seu futuro e do papel central que desempenhará na vida portuguesa".
"O PS deve ser um partido mais aberto, mais participado, mais integrador da sociedade portuguesa e das aspirações dos portugueses, vivam eles no Norte, no Sul, no interior, litoral ou regiões insulares. O PS deve ser um partido em constante renovação - renovação de ideias e de pessoas. Deve ser um partido mais atento ao que aflige as famílias do nosso país - ainda há muito por fazer", salientou o também líder parlamentar socialista.
Na primeira intervenção da noite, o líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS e antigo secretário-geral da JS, Duarte Cordeiro, recordou o primeiro líder deste partido, Mário Soares, e deixou também uma especial saudação ao antigo chefe de Estado Jorge Sampaio.
Duarte Cordeiro, também secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, acusou o PSD de pretender retomar as 40 horas semanais de trabalho na administração pública, aumentar o IVA da restauração e proceder à privatização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
O PSD, segundo Duarte Cordeiro, "tem um programa escondido", alegando, depois, que a direita política "não se conforma com as mudanças" ocorridas na presente legislatura.
"Temos de dar força ao PS agora. Não existem vitórias antecipadas. Temos de nos mobilizar agora", advertiu, numa alusão às eleições europeias de 26 de maio próximo.
Embora não estivesse no programa antes divulgado pelo PS, discursou também a secretária-geral da JS, Maria Begonha, que disse haver "uma nova geração que acredita que nunca o socialismo foi tão necessário como no presente".
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