Washington tem feito um esforço para alcançar um acordo político com os talibãs antes das eleições presidenciais afegãs, previstas para 01 de setembro.
“Fizemos muitos progressos. Nós conversamos”, disse na sexta-feira aos jornalistas o Presidente dos EUA, Donald Trump.
Em troca de uma retirada militar, os EUA exigem que os talibãs aceitem um cessar-fogo e cortem todas as relações com a organização terrorista Al-Qaeda.
Em 07 de outubro de 2011, menos de um mês depois dos atentados de 11 de setembro nos EUA que fizeram quase 3.000 mortos, os EUA e os aliados da NATO lançaram uma operação militar no Afeganistão, que se prolonga há quase duas décadas.
“Nós pretendemos um acordo de paz, não um acordo para uma retirada [militar], um acordo de paz que permita a retirada”, disse, na sua conta da rede social Twitter, o enviado especial americano para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad, na sua chegada a Doha.
Em 27 de julho, o governo afegão anunciou que iniciará em agosto as conversações de paz com os talibãs, que têm estado a negociar com os Estados Unidos, por se negarem a falar com as autoridades de Cabul, que consideram ilegítimas.
“As negociações cara a cara entre o Governo do Afeganistão e os talibãs começarão dentro de duas semanas”, informou, em comunicado o vice-ministério para a paz afegão.
O executivo terá uma delegação de 15 membros, formada por elementos do Governo, religiosos e ativistas, para se sentar a negociar com representantes dos talibãs para que seja alcançado um acordo de paz, depois de 18 anos de guerra.
A porta-voz do vice-ministério para a paz, Najia Anwari, precisou à agência de notícias espanhola Efe que as conversações terão lugar num país europeu, sem especificar qual, mas é sabido que a Alemanha e a Noruega têm estado implicadas nos esforços de paz naquele país.
Os talibãs têm-se negado até agora a negociar com o Presidente afegão, Ashraf Ghani, por considerarem o seu Governo “ilegítimo”.
Assim, o único contacto direto que houve entre o Governo e os insurgentes foi no início deste mês numa reunião em Doha, na qual os representantes governamentais estiveram presentes “a título pessoal”.
Os insurgentes não se pronunciaram até agora sobre o anúncio do Governo.
Os Estados Unidos da América e os talibãs negoceiam um acordo de paz para pôr fim a quase duas décadas de conflito armado naquela nação asiática.
Até agora realizaram-se sete rondas negociais, centradas na retirada das tropas internacionais, o principal pedido dos insurgentes.
Em finais de junho, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou durante uma visita surpresa a Cabul que espera alcançar um acordo de paz antes de 01 de setembro, pouco antes da realização de eleições gerais no Afeganistão.
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