"Eu não acredito", disse Trump na Casa Branca, acrescentando que os Estados Unidos não tomarão medidas para reduzir as emissões se o mesmo não for feito noutros países.
Trump disse que leu "alguns" trechos do relatório e que estava "bom". No entanto, ele rejeitou o alerta central na Avaliação Nacional do Clima, que indica que haverá perdas de centenas de milhares de milhões de dólares e problemas de saúde humana até o final do século devido às mudanças climáticas se não houver uma "mitigação global substancial e sustentada".
"Não, não, eu não acredito", repetiu. "É preciso envolver a China e o Japão e toda a Ásia e todos esses outros países, sabe. Este (relatório) dirige-se ao nosso país", disse ele.
"Agora estamos mais limpos do que já fomos. E isso é muito importante para mim", considerou Trump. "Mas se estamos limpos, mas todos os outros lugares da Terra estão sujos, isso não é tão bom. Então, eu quero ar limpo, eu quero água limpa, isso é muito importante", completou o presidente dos EUA.
De acordo com o relatório, as mudanças climáticas "causarão perdas crescentes à infraestrutura e propriedade americanas e deterão a taxa de crescimento económico ao longo deste século".
Os efeitos vão afetar o comércio global, os preços de importação e exportação e os negócios dos EUA com operações no exterior e cadeias de fornecimento, acrescentou.
A administração Trump tem seguido uma agenda pró-combustíveis fósseis. A antiga secretária de Estado e ex-candidata à presidência dos EUA, Hillary Clinton, acusou o executivo de estar a tentar ocultar o relatório.
Trump tem sustentado durante muito tempo que desconfia do consenso de quase todos os cientistas sobre a relação entre a atividade humana e o aumento da temperatura, assim como com outros fenómenos prejudiciais atribuídos à mudança climática.
Desde que assumiu a presidência, em 2016, Trump retirou os EUA do acordo climático de Paris para tentar reduzir as temperaturas globais e voltou trás numa série de leis e regulamentos sobre proteção ambiental, alegando que a economia dos Estados Unidos precisa de um impulso.
Durante uma visita para ver os danos causados por furacões no estado da Geórgia (sul), em outubro, o presidente disse que a mudança climática "é algo que vem e vai", ao invés de ser permanente.
O presidente também se mostrou cético sobre a publicação de um importante relatório da ONU, em outubro, que advertiu sobre o caos do aquecimento global, dizendo: "Quero ver quem é que fez isso, sabem, que grupos é que o fizeram, porque eu também posso dar-lhes relatórios que são fabulosos, e posso dar relatórios que não são tão bons".
[Notícia atualizada às 21:53]
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