A criação de um incentivo de apoio à deslocação de docentes estava prevista no Orçamento de Estado de 2020, mas não avançou e não consta da proposta para 2021, noticia o Jornal de Notícias.
De acordo com a publicação, as dificuldades em colocar docentes aumentaram e há mais horários recusados. A dificuldade de preenchimento de horários, principalmente em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve começou a verificar-se três semanas depois de terem começado as aulas. Uma das razões que leva à recusa das colocações é o elevado preço das casas.
Segundo a análise de Vitor Godinho, dirigente da Federação Nacional de Professores, as contratações de escola tinham, na quarta-feira, 396 horários por preencher, dos quais 42 completos e mais 253 superiores a oito horas letivas. A maioria das vagas por preencher localizam-se em Lisboa (181), Setúbal (77), Faro (34) e Porto (22).
No OE para 2020, previa-se a "criação de incentivos à aposta na carreira docente em áreas do país e grupos de recrutamento onde a oferta de profissionais possa revelar-se escassa", o que não chegou a acontecer. O orçamento para a Educação é hoje debatido no Parlamento e o JN refere que o Ministério da Educação assegura que o trabalho "foi iniciado, está em curso, e será incrementado", admitindo ainda que "a pandemia exigiu uma concentração de esforços noutras dimensões".
A notícia relata casos de docentes que foram afetados pela ausência de apoios e que defendem a criação de um subsídio para apoiar os custos de alojamento ou "o ensino estará em risco".
Um dos casos é o de uma professora da Trofa que terá concorrido para Oeiras, depois de estar cinco anos sem dar aulas porque não conseguia comportar os custos de ser deslocada. A professora escolheu Oeiras porque o município tem um programa da autarquia que apoia os professores através de residências partilhadas – apartamento com dois quartos. Este ano, estão cinco os professores a usufruir das residências em Oeiras, tendo a autarquia anunciado a construção de mais duas casas.
Outro professor, mas da Lousada, foi colocado em Alcoutim, em agosto, e viu-se obrigado a denunciar o contrato depois de ter recebido uma outra proposta de uma empresa informática do Porto.
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