Ainda não se sabe a motivação do suspeito, visto no campo de golfe do candidato republicano na Flórida, e detido pouco depois.
O ex-presidente associou o ocorrido à "retórica" do atual chefe do Estado, o democrata, Joe Biden e da sua vice-presidente e candidata do partido à Presidência, Kamala Harris.
"A sua retórica está a fazer com que disparem contra mim", garantiu o bilionário, acusando os democratas de utilizarem uma linguagem "muito incendiária". "Estão a chover balas por causa desta retórica comunista e a situação vai piorar", alertou ele na sua plataforma Truth Social.
Trump já tinha culpado os democratas pela sua primeira tentativa de assassinato, quando um homem feriu-o na orelha ao abrir fogo a partir do telhado de um prédio no local onde realizava um comício na Pensilvânia, em meados de julho.
"Provavelmente fui alvo de um tiro na cabeça pelas coisas que dizem sobre mim. Falam sobre democracia, que eu sou uma ameaça para a democracia. Eles são a ameaça à democracia", insistiu o republicano durante um debate eleitoral contra Kamala.
Há anos que os democratas acusam Trump de ter fomentado um clima político por vezes sufocante. Biden alertou sobre o risco de "caos" por parte dos republicanos, sobretudo devido à recusa de muitos deles em reconhecer o resultado das eleições de 2020, na qual derrotou o magnata.
As imagens de apoiantes de Trump a invadir o Congresso em 6 de janeiro de 2021, enquanto os parlamentares rastejavam pelo chão com máscaras de oxigénio, deixaram uma marca indelével no seu mandato.
Além disso, várias personalidades criticadas pelo republicano, como o senador Mitt Romney e o ex-conselheiro para a pandemia de covid-19, Anthony Fauci, reconheceram terem sido forçados a aumentar a sua segurança devido a ameaças de apoiantes do magnata.
Trump também ataca frequentemente os migrantes, aos quais acusa de "envenenar o sangue" dos Estados Unidos e de comer animais de estimação dos americanos.
"Não ficaria surpresa se matassem" um congressista, alertou a parlamentar republicana Susan Collins em 2022. A declaração ocorreu semanas antes de um homem armado com um martelo atacar o marido da influente congressista democrata Nancy Pelosi.
Para Peter Loge, professor da Universidade George Washington, a violência política nos Estados Unidos não é novidade, citando os "distúrbios, assassinatos e tentativas de assassinato" contra líderes políticos, de Abraham Lincoln a Ronald Reagan.
Mas muitos especialistas concordam que estes atos agravaram-se quando Trump chegou ao poder, em janeiro de 2017.
Segundo a polícia do Capitólio, responsável pela proteção dos congressistas, as ameaças contra estes políticos mais que duplicaram desde a posse do republicano.
De acordo com uma sondagem da Ipsos publicada em maio, 70% dos americanos temem mais casos de violência após as eleições presidenciais de 5 de novembro.
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