Na sexta-feira, cerca de 30 pessoas morreram quando 2.000 migrantes de origem subsaariana tentaram entrar ilegalmente em Melilla saltando a vedação de Nador (Marrocos) e 133 conseguiram passar para território espanhol.

Os manifestantes, convocados pelas plataformas Regularização Já e pelo Movimento Antirracista de Madrid e pela Assembleia Antirracista de Madrid, expressaram a sua rejeição das ações da polícia fronteiriça de Marrocos e do Governo espanhol com cânticos como “todas as vidas importam” ou “nenhum ser humano é ilegal”.

“Estamos aqui para denunciar o massacre que ocorreu em Melilla, onde morreram mais de 30 pessoas, e a hipocrisia deste Governo, que afirma que o exército marroquino e as forças e organismos de segurança do Estado (espanhol) fizeram um bom trabalho neste massacre que ocorreu na fronteira de Melilla e em Nador”, disse, à agência EFE, Yeison García, portavoz da plataforma Regularização Já.

Os números apresentados pelas organizações de defesa dos direitos humanos diferem dos das autoridades marroquinas, que indicaram 23 mortos, com a Associação Marroquina dos Direitos Humanos a colocar o total de mortos em 27, enquanto a organização não-governamental Caminhando Fronteiras indica 37 óbitos.

No lado marroquino foram detidas cerca de mil pessoas, segundo as autoridades de Marrocos citadas pela agência de notícias espanhola EFE.

Depois de ler vários manifestos, os participantes da manifestação deitaram-se no chão da central Praça de Callao recriando um dos vídeos que tem circulado através das redes e dos meios de comunicação nos últimos dois dias.

Nesses vídeos podem ver-se dezenas de migrantes que se encontram rodeados e detidos pelas autoridades policiais marroquinas após o assalto à cerca.

Os participantes no protesto observaram um minuto de silêncio em memória das vítimas mortais.