“Quero ser uma voz ativa, chamar a atenção para os problemas, contribuir para a resolução de outros e apresentar ideias, iniciativas e projetos”, afirmou à agência Lusa o primeiro candidato a entrar na corrida autárquica à Câmara de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
Natural da freguesia de São José, “coração de Ponta Delgada”, Rui Matos tem 49 anos e foi o último presidente do Partido Democrático do Atlântico (PDA), o único partido nacional que teve sede nos Açores.
O PDA foi extinto em setembro de 2015 pelo Tribunal Constitucional, por não ter apresentado as contas de 2011, 2012 e 2013.
Em 2015, antes da extinção, na sessão solene no Dia da Região, que nesse ano se assinalou a 25 de maio, nas Lajes das Flores, Rui Matos exibiu um cartaz com uma fotografia de José Almeida e a palavra “injustiça”.
O protesto, silencioso, deveu-se ao facto de José Almeida, líder histórico dos independentistas dos Açores falecido no ano anterior, não ter integrado a lista de condecorados, como propôs o PPM.
À agência Lusa, Rui Matos, que se filiou no ano passado no PPM, justificou a decisão com o facto de este partido ser "o que se aproxima das mesmas ideias do PDA".
"É um partido que tem apresentado maior número de propostas no parlamento regional, que se distancia da esquerda e da direita. Se fosse para arranjar um ‘tacho’ encostava-me a um partido grande", declarou.
Rui Matos é atualmente presidente da Associação de Comerciantes do Centro Histórico de Ponta Delgada e não poupa críticas à atuação do município, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro.
“Infelizmente a cidade tem estado parada”, declarou, considerando que se não fossem os voos de baixo custo para a ilha de São Miguel, que “têm dado ânimo, sobretudo aos serviços de restauração do centro histórico”, a desertificação era mais acentuada.
Sobre o mandato de José Manuel Bolieiro, a quem chamou de “festeiro”, Rui Matos considera que é marcado pelo “desinteresse”.
“É um presidente mais preocupado com as festas, com o rali, que não está na rua em contacto com as pessoas”, considerou, para salientar que “as pessoas não vivem de festas, mas de trabalho e de desenvolvimento”.
Lamentando não ver “obra feita”, Rui Matos adiantou que as “obras marcantes” da liderança de José Manuel Bolieiro são “a destruição do campo de São Francisco [onde ocorrem as tradicionais festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres] e a dívida relativa aos minibus” urbanos.
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