“Há sempre uma separação em termos de regionalismo, porque o norte continua afastado do sul, pelas suas características ambientais e geográficas. O turismo não tem sido tão fácil e não se tem privilegiado tanto o norte como o sul - toda a área do Funchal e zona oeste, e é importante unir a ilha”, avançou a candidata do PAN Isabel Braz, que se apresenta como quinta da lista do partido às eleições legislativas regionais da Madeira, agendadas para domingo.
Numa ação de campanha pelo lado norte da ilha, nomeadamente pelos concelhos de Porto Moniz, São Vicente e Santana, Isabel Braz recebeu as preocupações da população, que se queixam que os políticos só aparecem durante as campanhas, “que depois das campanhas e depois das eleições ninguém mais se lembra deles”.
“Somos todos pessoas duma ilha e temos que defender a ilha no seu todo e não apenas as áreas que já estão mais desenvolvidas”, afirmou a candidata do PAN, em declarações à agência Lusa, acrescentando que o projeto do partido pretende “tentar fazer diferente”.
Destacando a existência de “estradas desenvolvidas” na Madeira, Isabel Braz propôs a dinamização do lado norte da ilha, referindo que “não há motivo para que não se façam, por exemplo, festivais e outras coisas que poderiam ser itinerantes e não serem sempre na zona sul”.
“Não pretendemos vir ensinar a missa a quem já está há muitos anos. Estamos a começar a nos inteirar de muitas das questões, de região a região, de localidade a localidade, e esta campanha tem sido importante, até mais do que tentar captar votos e eleitorado, a percebermos das dificuldades, para podermos fazer propostas pertinentes e não apenas porque os outros partidos as fazem”, expôs.
Em termos do ambiente, a candidata indicou que “não há muito trabalho a fazer” no lado norte da Madeira, a maior ilha do arquipélago, porque é uma área que “está ainda intocada, e a Laurissilva é exemplar”.
No concelho de Porto Moniz, “há uma questão de turismo, há todas estas questões de logística, de vias de comunicação, que os comerciantes têm dificuldade em gerir”.
“Se tivermos assento no parlamento, na nossa assembleia, poderemos ajudar a resolver algumas das questões que nos foram postas. Não vamos ser um partido, para já, de Governo, mas esperamos poder ter um eleitorado que confie em nós e que nos permita ter opinião relativamente a determinados assuntos”, declarou Isabel Braz.
Recusando “qualquer situação de maioria”, por ser motivo de “descontentamento da população” e porque “tem prejudicado a região”, a candidata do PAN manifestou abertura para uma entendimento com outros partidos para formar governo.
“Não vamos fazer parte de uma ‘geringonça’ se ela não servir os nossos interesses de forma nenhuma”, assegurou, explicando que “é cedo” para adiantar com que partidos vai negociar, porque o PAN não se alinha “nem à esquerda, nem à direita, especificamente”.
“Não podemos, neste momento, estar a dizer se é o PSD, se é o PS”, reforçou.
As eleições regionais legislativas da Madeira, onde os sociais-democratas governam com maioria absoluta, decorrem domingo, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional: PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR.
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