"O país tem estrangulamentos estruturais no seu funcionamento. O nosso desenvolvimento está condicionado por determinados estrangulamentos de ordem estrutural que temos de conseguir ultrapassar", disse Rui Rio, numa iniciativa inserida no encontro dos Autarcas Sociais-Democratas
Nesses "estrangulamentos", o presidente social-democrata apontou para a reforma do sistema político, da justiça e da descentralização, "em nome do interesse nacional".
"Não é possível na maioria deles serem ultrapassados por um único partido, nem que tenha uma maioria confortável no parlamento, seja ele qual for. Tem de ser sempre por acordos alargados", acrescentou.
Na visão de Rui Rio, o país precisa de ter uma estratégia de crescimento económico, que “não existiu nestes últimos quatro anos", para Portugal criar mais riqueza e poder resolver os seus problemas.
"Se não conseguirmos que Portugal cresça mais e melhor, todos os outros problemas serão muito difíceis de resolver", avisou.
No patamar imediatamente a seguir, Rui Rio colocou a melhoria dos serviços públicos, que "pioraram substancialmente relativamente a 2015 com a governação do PS".
Neste capítulo, o líder social-democrata elege a saúde como prioridade a seguir à economia, "que se não crescer coloca o problema da saúde mais difícil de resolver", e acusou o Governo de António Costa de não cumprir a Constituição na questão do acesso universal dos portugueses ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"O nosso objetivo é melhorar os serviços públicos, em particular a saúde", sublinhou o presidente do PSD, que situa o ambiente na terceira prioridade de um futuro Governo liderado por si, "para se atingir a neutralidade carbónica o mais rápido possível”.
Na área da saúde, defendeu ainda a abertura de mais vagas em Medicina nas universidades e mais incentivos financeiros para os médicos se fixarem no interior e no Algarve, onde a falta destes profissionais de saúde é mais notada.
Rui Rio mostrou-se ainda contra a gratuitidade dos manuais escolares para todos os alunos, considerando que "não é justo" o atual modelo, e o fim das propinas no ensino superior.
Para o antigo presidente da Câmara do Porto, os manuais escolares deviam ser gratuitos apenas "para quem precisa".
Numa conversa com os autarcas sociais-democratas, que lhe iam fazendo perguntas, o líder do PSD defendeu que, para se lutar contra a corrupção, é necessário dotar o Ministério Público e a Polícia Judiciária de mais meios para uma investigação mais eficaz.
O que não pode acontecer, na sua opinião, é andar-se “a passar por cima da presunção de inocência" na praça pública.
"A justiça tem de ser mais transparente e os julgamentos feitos nos tribunais", disse Rui Rio, que pediu "mais respeito pelos valores e ética".
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