“Não é o ministro das Finanças, mas o candidato a deputado que tem vocação especial para estas matérias que está a falar e, por isso, contava que o candidato a deputado Mário Centeno fosse mais cuidados nas palavras, porque não há aqui nenhum cheque sem cobertura porque um cheque sem cobertura quer dizer que passo um cheque e que, na retaguarda, não há dinheiro para cobrir e, na verdade, há”, frisou.
Rui Rio falava aos jornalistas à margem de um almoço-debate organizado pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), no Porto.
O ministro Mário Centeno acusou hoje o PSD e o CDS-PP de apresentarem "cheques sem cobertura" com as suas propostas de redução fiscal e procurou provar que o esforço fiscal de cada cidadão baixou na presente legislatura.
Em conferência de imprensa, realizada na sede do PS, e falando na qualidade de candidato a deputado e por ser um dos responsáveis pela parte financeira do programa eleitoral dos socialistas, Mário Centeno rejeitou que o momento eleitoral possa servir para acelerar a despesa pública e criticou os "leilões de promessas" de outras forças políticas.
"Não têm financiamento as propostas eleitorais do PSD de redução dos impostos em 3,7 mil milhões de euros. É um novo choque fiscal como o de 2002 [do executivo de Durão Barroso] de má memória para os portugueses", atacou Mário Centeno.
Dizendo-se “farto de apresentar as contas”, Rui Rio recordou que as contas para a redução da carga fiscal são 25% de 15 mil milhões de euros, portanto, “fáceis de fazer”.
O presidente do PSD considerou que tem explicado “isto muito bem”, recordando que em 2023 há um montante de 15 mil milhões de euros com as taxas de crescimento previstas, tendo esse valor de ter um destino.
“O que estamos a dizer é que um quarto desse valor é para reduzir impostos, não sei o que há aqui de difícil em entender”, sublinhou.
Na sua opinião, o PS só tem dificuldade em entender porque “normalmente aumenta impostos e não esta habituado” a que entre um Governo que diga que vai baixar impostos com “contas tão precisas”.
Além disso, Rio classificou como “estranho” e como uma espécie de “gato escondido com o rabo de fora” o facto de o PS, e não o Governo, vir apresentar um quadro macroeconómico nesta altura.
“Quer dizer que fez as contas do fim para o princípio, quer fazer determinadas promessas, fez as promessas e, agora, apresenta as contas que podem, eventualmente, justificar as promessas, nós não fizemos assim”, reforçou.
O social-democrata lembrou que o PSD apresentou um quadro macroeconómico, disse como era e, a seguir, disse ter dinheiro para isto e para aquilo.
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