“A distância do PS que tenho notado não é nas sondagens, é a distância relativamente ao BE, que é uma coisa que custa a entender. Enquanto foi útil para o PS, o PS andou quatro anos com o BE ao colo, e o BE com o PS ao colo. Agora, como dá jeito nas eleições fazer uma demarcação do BE, [o PS] faz a demarcação. A 06 de outubro [data das legislativas], se precisar, volta a chegar-se ao BE”, criticou Rui Rio no Porto, em declarações aos jornalistas após um percurso de bicicleta e antes de uma caminhada para assinalar o Dia Europeu Sem Carros.
Questionado sobre se se trata de um distanciamento útil, o líder do PSD respondeu “obviamente”, observando que o PS, “depois de ter estado encostado à esquerda durante quatro anos, e de voltar a encostar-se se precisar, quer durante o período eleitoral afastar-se para tentar limpar esse aspeto”.
Quanto a uma eventual aproximação à direita e ao PSD, Rio disse prontamente aos jornalistas que “só se encostam se eu deixar”
“Se eu sair para o lado, eles caem ao chão”, afirmou.
Confrontado com a sondagem divulgada hoje, que aponta ao PSD uma subida de 3% nos resultados eleitorais, o líder do PSD lembrou que não confia nelas, pelo que os valores que elas apontam lhe são “indiferentes”.
“Tanto me faz ter mais um bocadinho ou menos um bocadinho. É irrelevante. Tenho de continuar a campanha e chegar a 06 de outubro e ter o melhor resultado possível que é ganhar, começando já hoje com os resultados [das eleições regionais] na Madeira”, observou.
Perante a insistência da comunicação social, Rio insistiu achar o resultado da sondagem “completamente indiferente”.
“Não acredito em nenhuma [sondagem]”, garantiu.
Relativamente ao passeio de bicicleta, que fez entre a Casa da Música (na rotunda da Boavista) e o Castelo do Queijo, junto ao mar, o líder do PSD lembrou que “hoje é o dia Europeu sem carros, dedicado a uma mobilidade mais saudável”, pelo que optou por uma alternativa ao transporte público, em “alguns casos poluente” e ao transporte privado.
Tratou-se de uma ação simbólica e um apelo à mobilização “para transformar a mobilidade na cidade e pelo combate pela descarbonização da sociedade e da economia”, disse, já perto do Parque da Cidade, ao som da música “Nós somos um rio, que não vai parar”, uma tema que usa desde os tempos das eleições à presidência da Câmara do Porto, onde esteve durante 13 anos.
"Nós somos um rio que não vai parar" tem letra de Manuel Dias Loureiro e música de José Calvário, e foi o hino de campanha das duas primeiras vitórias de Cavaco Silva, em 1985 e 1987.
Questionado sobre o programa do PSD para a mobilidade, Rio observou que aquilo que tem “vindo a dizer, e os outros partidos também, é que é uma obrigação de todos lutar pelo combate contra ao aquecimento global e às alterações climáticas”.
“O que simboliza esta atitude [percurso de bicicleta e a pé] é que temos de defender o ambiente porque é o planeta que vamos defender para as gerações seguintes. Não temos o direito de não lutar por um planeta equilibrado”, justificou.
(Artigo atualizado às 12:02)
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