No distrito de Aveiro, o PSD contou com o apoio do antigo ministro da Administração Interna Ângelo Correia, que se juntou à campanha em Santa Maria da Feira e confessou que estava cético quanto ao resultado do seu partido, mas mudou de estado de espírito com a prestação de Rui Rio nos debates.
Por sua vez, o presidente do PSD, mais tarde, em Águeda, explicou o apelo que fez na terça-feira à noite ao voto dos eleitores do centro, referindo que muitos dos indecisos "não são pessoas nem de direita nem de esquerda, são pessoas moderadas" que, no seu entender, "podem ter a palavra final".
Quanto à decisão da conferência de líderes parlamentares de marcar para quarta-feira, já depois das eleições, o debate em Comissão Permanente sobre o caso de Tancos pedido pelo PSD, Rui Rio desdramatizou-a, dizendo que "ninguém vai morrer por isso".
Sobre o agendamento deste debate, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro considerou natural que a maioria de esquerda no parlamento tenha tido a mesma posição. "A geringonça funcionou sempre, desde o primeiro dia", comentou.
António Costa, que voltou a mudar a sua agenda de campanha, marcando à última hora uma arruada na baixa de Coimbra, relativizou a importância de sondagens recentes que apontam para uma aproximação do PSD ao PS, declarando que o que conta "são os votos que entram na urna".
"Espero que o PS tenha um resultado que lhe dê um claro reforço, para que sejam assegurados mais quatro anos de estabilidade política", acrescentou.
Relativamente às sondagens, a coordenadora nacional do BE disse perceber que "haja muito entusiasmo" entre os bloquistas, mas também as relativizou, salientando que "é no domingo, quando as pessoas votam, que vão escolher o que querem para o país".
Durante uma visita a uma feira em Vila Nova de Famalicão, Braga, onde defendeu uma política fiscal que obrigue as grandes empresas a pagar impostos, dificultando a fuga de capitais para 'offshores', Catarina Martins insistiu que o percurso feito nesta legislatura "só foi possível porque o PS não teve maioria absoluta", e pediu mais força para o BE.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, esteve no distrito de Setúbal, com a legislação laboral na agenda, manifestando-se contra a generalização do trabalho noturno e por turnos, durante uma sessão com trabalhadores, em Almada, com o seu "camarada" e secretário-geral da central sindical CGTP, Arménio Carlos.
Jerónimo de Sousa enumerou as propostas da CDU como "a limitação do trabalho noturno e em regime de turnos de laboração contínua, bem como as compensações e melhorias das condições de trabalho nesses regimes, incluindo a antecipação da idade de reforma e a adoção de medidas de proteção e reparação idênticas às dos trabalhadores com profissões de desgaste rápido".
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, voltou a falar sobre o processo de Tancos, desta vez acusando o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, de "proteger o PS" por não enviar ao Ministério Público as declarações do primeiro-ministro e do anterior ministro da Defesa, Azeredo Lopes, sobre este caso.
O presidente da Assembleia da República divulgou uma nota considerando a acusação de Assunção Cristas "inapropriada, incorreta e injustificada", tendo em conta que as declarações em causa estão "disponíveis na página do parlamento" e "acessíveis sem quaisquer restrições ou condicionalismos".
No distrito de Lisboa, o líder do recém-criado Aliança, Pedro Santana Lopes, insurgiu contra "a teoria do voto útil", alegando que "é inútil nas atuais circunstâncias", durante uma visita ao Mercado de Cascais, onde teve um "encontro de amigos" com o presidente da Câmara Municipal, o social-democrata Carlos Carreiras, com quem tomou um café.
"Vindo aqui a Cascais, e ele gentil como é sempre, veio-me dar um abraço", disse Santana Lopes. O café foi pretexto para o líder do Aliança reiterar a sua vontade de "convergência" entre várias forças políticas à direita, algo com que Portugal "ganharia muito".
O porta-voz do PAN também esteve em Cascais, de onde viajou de comboio até Lisboa, para defender o investimento nos transportes públicos, e afirmou a ambição de aumentar a representação parlamentar do seu partido. Passar de um para dois deputados já seria "uma vitória", mas André Silva acredita que o PAN pode subir ainda mais.
O Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP) fez campanha no Mercado de Alcântara, em Lisboa, contestando ideias como o fim do consumo de carne, que Fernando Loureiro atribuiu ao PAN como parte de uma agenda "fundamentalista".
O novo partido Iniciativa Liberal anunciou, através do seu líder, Carlos Guimarães Pinto, que não irá "aceitar receber um euro de subvenção de campanha", por entender que é um "privilégio injustificado", e prometeu "lutar por mudar a lei".
Em Amarante, no distrito do Porto, António Marinho e Pinto, presidente do Partido Democrático Republicano (PDR), acusou o Governo de desviar para os grandes centros do litoral fundos europeus destinados às regiões do interior do país e pediu aos eleitores para não "votarem nos mesmos".
O presidente do MPT - Partido da Terra, Manuel Ramos, visitou a base militar do Montijo, Setúbal, onde considerou hoje que um aeroporto neste local é "um desperdício de dinheiro" e "ecologicamente errado".
O candidato do Reagir-Incluir-Reciclar (RIR) Vitorino Silva, conhecido por Tino de Rans, teve um dia dedicado ao setor das pescas, agricultura e produção, no distrito do Porto, onde criticou o facto de o seu partido não constar das sondagens e mostrou-se confiante de que surpreenderá muita gente nas legislativas.
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