"Nós, mulheres e homens de várias partes do mundo comprometidos com a democracia e os direitos humanos, expressamos o mais profundo repúdio ao candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, que disputa o segundo turno da eleição presidencial no Brasil no próximo 28 de outubro", lê-se no documento a que a Lusa teve acesso.
No texto é sublinhado que "as posições que o candidato tem sustentado ao longo de sua vida pública e nesta campanha eleitoral são calcadas em valores xenófobos, racistas, misóginos e homofóbicos" e que Bolsonaro "defende abertamente os métodos violentos utilizados pelas ditaduras militares, inclusive torturas e assassinatos".
"Entre a democracia e o fascismo não pode haver neutralidade", é reclamado no texto, em que se pede aos cidadãos eleitores brasileiros para refletirem sobre a decisão para a segunda volta das eleições presidenciais, sob o risco do "obscurantismo autoritário, com impactos duradouros não só para o Brasil, mas para toda a América Latina e Caribe e o mundo".
Os deputados socialistas Isabel Moreira, Bacelar de Vasconcelos e Fernando Anastácio estão entre os signatários, assim como os bloquistas José Manuel Pureza, Marisa Matias, Joana Mortágua e Isabel Pires. Os comunistas António Filipe, Rita Rato e João Ferreira também assinaram o texto.
Entre os subscritores do manifesto estão igualmente pessoas ligadas à vida académica, mas também a outros setores de atividade, como os escritores Mário de Carvalho, Mário Cláudio e Alexandra Lucas Coelho, o docente universitário Barata Moura, a encenadora Fernanda Lapa, a atriz Rita Lello, o major-general Pezarat Correia, os jornalistas Fernando Correia e José Goulão, os músicos Luís Varatojo e João San Payo.
O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, e o deputado do Partido Ecologista "Os Verdes" José Luís Ferreira também se juntaram ao protesto.
No Brasil, o candidato favorito ao triunfo eleitoral, Jair Bolsonaro (Partido Social Liberal), obteve 46% dos votos na primeira volta e concorre agora só contra o segundo posicionado, Fernando Haddad (Partido dos Trabalhadores), que alcançou 29%.
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