“O objetivo é ter um grupo parlamentar que passe, no mínimo, por dois deputados”, disse o advogado madeirense João Henrique de Freitas, numa entrevista à agência Lusa sobre regionais, agendadas para 22 de setembro.
Com 56 anos, o candidato e ativista dos direitos dos animais admitiu que levou dois meses para decidir se aceitava o convite para integrar este projeto político.
O candidato recorda que o partido Pessoas, Animais e Natureza “estava dissolvido” na Madeira desde 2017, depois de ter conseguido eleger um deputado para a Assembleia Legislativa da região em 2011.
“Agora tropecei neste projeto do PAN”, declarou, sustentando que o objetivo traçado para as regionais “é perfeitamente alcançável”, devido à “recetividade fora da campanha” que tem recebido e ao crescimento do partido nas últimas Europeias, em maio.
João Henrique de Freitas salienta o resultado que obteve nas Europeias na Madeira (3.681 votos, sendo o quinto partido mais votado, à frente da coligação formada por PCP e PEV) e acrescenta estar convicto de que o “PAN vai crescer imenso nas próximas eleições nacionais”.
Na opinião do candidato, “destas eleições não sai nenhum governo maioritário”, o que considera “benéfico para a democracia na Madeira, pela primeira vez”, defendendo que as maiorias absolutas “acabam por ser algo antidemocrático, porque transformam-se em autoritarismos".
João Henrique de Freitas também assegura que “se sair destas eleições um xadrez parlamentar que não permita haver uma governação, criando instabilidade na Madeira, o PAN, sendo um partido responsável, saberá assumir as suas responsabilidades, desde que "as suas causas" sejam defendidas.
O responsável está consciente que esse cenário político “não será uma negociação muito fácil”, assegurando que o PAN não está disposto a “ceder muito facilmente”.
Sobre as bandeiras do partido, enunciou como a “menina dos seus olhos” a saúde, o combate à corrupção e tráfico de influências, a luta contra pobreza e uma linha marítima entre a Madeira e o continente.
Quanto às questões tradicionais do PAN, referiu a proteção do ambiente, com as medidas de descarbonização, a aposta na agricultura biológica, incentivando os agricultores e baixando os preços.
A nível dos animais, o programa passa pela criação de uma clínica veterinária pública e um centro de esterilizações.
Quanto à campanha eleitoral, informou que será “o mais sóbria possível”, com recurso às redes sociais, sem caravanas, cartazes ou ‘outdoors’, por respeito à matriz ambiental do partido, sem envolvimento “em polémicas e tricas”, apenas recorrendo ao contacto com as pessoas na rua e distribuição panfletos, sendo usados papéis reciclados e tintas ecológicas.
João Henrique de Freitas defendeu ainda uma lei de incompatibilidades, criticando a postura “de brincadeira” e irresponsabilidade de alguns parlamentares na região.
“Abracei esta missão porque acho que todos temos um desígnio e quero sair desta vida com a consciência de que fiz alguma coisa pela terra no seu global. É isso que me move, não o poder, que pouco me importa, o dinheiro ou o lucro, mas são efetivamente as causas”, concluiu o cabeça de lista do PAN.
Nas últimas legislativas regionais, em 2015, o PAN concorreu coligado com o PS, PTP e MPT, tendo estes partidos obtido 14.573 votos (11,43%), o que permitiu a eleição de seis deputados.
* Ana Basílio (texto) e Homem de Gouveia (foto), da agência Lusa
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