Netanyahu tem tentado transmitir uma mensagem de bipartidarismo desde a recente vitória do democrata Joe Biden sobre o republicano Donald Trump, amigo pessoal do líder israelita, mas os seus críticos acusam-no de se inclinar mais para os conservadores norte-americanos, transformando Israel numa questão partidária para Washington.
“O que vejo diante dos meus olhos não são democratas nem republicanos. Apenas vejo o Estado de Israel”, disse Netanyahu, durante um discurso no parlamento.
“Estou empenhado em defender os interesses que são cruciais para o nosso futuro e para a nossa existência. E é assim que continuarei, mesmo com o próximo Governo americano”, acrescentou Netanyahu, antes de uma votação destinada a ratificar o recente acordo de Israel com o Bahrein.
No discurso, Netanyahu agradeceu a Trump pelo seu apoio a Israel e teve uma palavra para com o Presidente eleito, Joe Biden, referindo que tem mostrado simpatia pelos acordos intermediados pelos Estados Unidos para normalizar os laços entre os israelitas e três países árabes - Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Sudão.
Com Trump ainda a não aceitar os resultados das eleições presidenciais nos EUA, Netanyahu não se referiu a nenhum dos dois políticos norte-americanos como "Presidente".
A omissão ocorreu após a sua declaração tardia de parabéns a Biden pela sua vitória eleitoral, que foi lida como decorrente da preocupação em não ofender Trump.
Netanyahu teve um relacionamento mais frio com o ex-Presidente democrata Barack Obama e, perante um cenário em que Biden siga os passos do mandato em que foi vice-Presidente, o líder israelita pode ter mais dificuldade em executar as suas políticas mais nacionalistas, como construir colonatos na Cisjordânia.
Ainda assim, Netanyahu prometeu manter as suas posições, independentemente do poder em Washington.
“É assim que um primeiro-ministro em Israel deve agir. Não se submetendo ou rastejando. Não agindo com arrogância, mas com sabedoria, coragem e a dignidade de uma pessoa que luta pelo seu povo, pela sua terra e pelo seu país”, concluiu Netanyahu.
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