"Para o CDS-PP faz sentido aproveitar toda a oferta existente, que é mais barata para o Estado, seja ela do setor público, social e também do privado", disse Assunção Cristas aos jornalistas, em Oliveira do Hospital, durante a visita ao Hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz.
Acompanhada do cabeça de lista pelo círculo de Coimbra, Rui Lopes da Silva, a dirigente centrista considerou que há "uma grande desigualdade no acesso aos cuidados de saúde" e defendeu a criação de "um verdadeiro estado social de parcerias na saúde" para os doentes terem um "acesso equitativo" aos cuidados de saúde.
O Hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz "é um exemplo, no setor social, de um país que não aproveita todos os recursos disponíveis na área da saúde, com uma grande proximidade às populações, e que faz com que muito equipamento esteja parado, com uma sala de cirurgia que tem, neste momento, uma de ocupação de cerca de 15%, quando há uma lista de 700 pessoas em espera".
Segundo Assunção Cristas, "há muita capacidade instalada no setor social que não está a ser aproveitada", quando o que é preciso "é garantir que se utilizam os recursos públicos da melhor forma, que sejam o mais barato para o Estado e para o contribuinte e o mais eficaz para o cidadão".
"É um sinal de opção ideológica, de um Estado que não se interessa em saber se as pessoas podem ter uma consulta ou uma cirurgia próximo de casa, a poucos quilómetros, e prefere enviá-los a 80km para Coimbra, onde também há listas de espera e não conseguem em tempo útil, voltando depois através do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC)", sublinhou.
Salientando que para o CDS-PP, o mais importante é que a população tenha "uma resposta de qualidade e possa aceder aos serviços de saúde", a líder centrista voltou a insistir que a Lei de Bases da Saúde "muito aprovada à esquerda" não convence.
"Está muito centrada só no setor público e entendemos que não dá a melhor resposta às populações, porque para uma pessoa que precisa de uma urgência ou de uma cirurgia, o que lhes importa saber é se vai ter a cirurgia e em tempo útil", referiu.
Assunção Cristas vincou ainda que "quem tem ADSE, um seguro privado de saúde ou dinheiro para pagar uma consulta ou uma cirurgia tem de facto uma grande qualidade", mas que quem não tem muitas vezes fica enredado em listas de espera "de meses e anos porque não têm outras soluções, que não seja ser enviado de um lado para o outro sem que o seu problema seja resolvido".
"Isto é de uma profunda injustiça social e é isso que nós queremos combater", advogou.
A presidente do CDS-PP faz ainda uma análise "muito negativa" aos últimos quatros de governação na área da saúde e acusou o Governo de manter uma austeridade "muito escondida", que se vê na degradação dos serviços públicos, nomeadamente com "o caos no setor da saúde e também na maior carga fiscal de sempre".
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