"A verdade é que nós ouvimos falar disto em particular nos governos socialistas e olhando, por exemplo, para o último governo socialista de maioria absoluta, creio que não nos deixou boa memória a nenhum de nós", apontou, em resposta a uma pergunta sobre se as ligações familiares são uma marca socialista.
Assunção Cristas falava no Centro Interpretativo da Cereja, na localidade do Ferro, concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde hoje participou numa ação de pré-campanha para as eleições legislativas de 06 de setembro.
A líder centrista considerou ainda que a "multiplicidade de casos" de relações familiares verificadas nos últimos quatro anos "fala por si" e reiterou que "é preciso fazer política com ética", independentemente do parecer sobre as incompatibilidades e impedimentos políticos.
"Para além do parecer, para o CDS importa a ética na política. Há questões que não têm que ver com a legalidade ou com diferentes interpretações de uma mesma lei e nós notámos que a lei nunca teve problemas de interpretação até aparecer este governo socialista", sustentou.
Lembrando que no último Governo os casos se sucederam "com grande rapidez", Assunção Cristas destacou que uma das prioridades do CDS é o combate à corrupção e a erradicação de situações de promiscuidade.
"Para além da legalidade é preciso fazer política com ética e por isso uma das prioridades do CDS é também o combate à corrupção e criar formas e mecanismos para, efetivamente, erradicar do nosso país situações de promiscuidade, situações dúbias e situações de corrupção porque isso só nos afeta a todos muito negativamente", disse.
O parecer pedido pelo Governo à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre incompatibilidades entre governantes e negócios com empresas de familiares foi publicado na sexta-feira 'site' do Ministério Público (MP).
A PGR divulgou na quinta-feira que já tinha enviado o parecer ao primeiro-ministro e António Costa decidiu também na sexta-feira homologar o parecer do Conselho Consultivo da PGR sobre incompatibilidades e impedimentos de políticos, no qual se recusam interpretações estritamente literais - e até inconstitucionais - das normas jurídicas.
Após notícias na comunicação social sobre negócios entre governantes e empresas de familiares, António Costa pediu, a 30 de julho, um parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República para "completo esclarecimento" sobre os impedimentos de empresas em que familiares de titulares de cargos políticos tenham participação superior a 10% do capital.
O parecer foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Consultivo da PGR em matéria de interpretação de regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos.
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