Em comunicado, a Efacec explica que estes 21 colaboradores “não aceitaram as propostas da empresa, alguns deles recusando-se inclusive a conhecê-las”, pelo que, “esgotadas todas as alternativas consensuais possíveis, a empresa não tem outra alternativa que não seja utilizar os mecanismos previstos na lei para garantir a sustentabilidade da área dos transformadores de potência”.
Fonte da Comissão de Trabalhadores (CT) da Efacec disse à agência Lusa que a Efacec comunicou hoje o despedimento coletivo de 21 trabalhadores devido à “falta de trabalho”, estando entre os dispensados cinco elementos das estruturas representativas dos trabalhadores.
De acordo com a fonte, numa reunião realizada hoje no âmbito da discussão do caderno reivindicativo, a administração informou a CT que “o documento [relativo ao despedimento coletivo] já deu entrada no Ministério do Trabalho” e que “dentro de cinco dias formaliza” o processo.
No comunicado agora divulgado, a empresa recorda que, “em março, a Efacec Energia iniciou um processo de ajustamento na área de transformadores de potência — onde se registou uma quebra de encomendas de 33% e uma redução de 125% nos resultados operacionais entre 2013 e 2017 — que envolveu 49 colaboradores”.
Segundo explica, “a Efacec Energia chegou a um acordo com 28 colaboradores que aceitaram as condições propostas pela empresa e que envolviam soluções de mobilidade e rescisões por mútuo acordo”, sendo que “11 aceitaram novas funções no âmbito da mobilidade interna ou para outra empresa do grupo com maior nível de empregabilidade e 17 optaram pelo plano social de rescisão proposto”.
Salientando que “o ajustamento na área de transformadores de potência foi conduzido com base em critérios objetivos, rigorosos e imparciais”, a Efacec diz terem sido “abordados os colaboradores cujas funções se extinguem ou que apresentam um maior custo”.
Relativamente aos membros das comissões de trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo, a administração garante que foram “incluídos no processo de ajustamento” com base em “critérios objetivos” e “tiveram a possibilidade de explorar as mesmas alternativas de mobilidade interna ou para outra empresa do grupo que os restantes colaboradores”.
“No entanto — precisa – apenas um representante dos trabalhadores aceitou conversar com a Efacec Energia, tendo sido possível encontrar uma solução de preservação da sua relação contratual numa outra empresa do grupo”.
De acordo com a Efacec, o despedimento coletivo em curso é “uma situação muito concreta, sem qualquer impacto em outra unidade organizacional do Grupo Efacec”, sendo que “todos os demais colaboradores têm os seus postos de trabalho assegurados”.
“A Efacec, enquanto grupo, é indiscutivelmente um recrutador de referência em Portugal hoje e nos próximos anos”, sustenta, recordando ter em curso o programa “700 Recruta Mais”, que visa recrutar 700 profissionais até 2020 “relacionados com as novas tendências dos setores onde atua, como a mobilidade elétrica e automação, unidades de negócio da Efacec em crescimento”.
Segundo refere, “nos primeiros quatro meses de 2018 o grupo Efacec já recrutou cerca de 100 colaboradores”.
De acordo com dados da CT, a administração da Efacec requereu em finais de 2013 o estatuto de “empresa em reestruturação” e, em janeiro de 2017, apresentou um pedido de extensão desta medida para o triénio 2017/19, que foi autorizado pelo Governo, no qual se previa a rescisão de contrato por mútuo acordo de 118 contratos de trabalho na Efacec Energia e mais 291 na Efacec Engenharia, num total de 409 postos de trabalho.
A Comissão de Trabalhadores acusa, contudo, a administração da Efacec de subverter o estatuto de empresa em reestruturação para pressionar trabalhadores a rescindirem contrato de trabalho.
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