Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à saída do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, no concelho de Cascais, distrito de Lisboa, depois de ter participado no programa "Natal dos hospitais", transmitido pela RTP.
Interrogado se tem um preferido na campanha para a liderança do PS, o chefe de Estado respondeu: "Ah, eu tenho. Era o doutor António Costa. Era o meu preferido. Era o que eu teria preferido".
Questionado se está arrependido da decisão que tomou, Marcelo Rebelo de Sousa responsabilizou o primeiro-ministro pela sua demissão: "Não, quem tomou a decisão foi o doutor António Costa. Ele é que decidiu sair, não fui eu. Decidiu sair por causa das circunstâncias que sabemos".
"Ele é me comunicou que se ia embora. Não fui eu que lhe disse: olhe, vá-se embora. Não, ele disse-me: Perante isto, em consciência, eu não posso ficar", prosseguiu Marcelo Rebelo de Sousa. "A decisão que eu tomei a seguir foi uma consequência e não uma causa da decisão dele", reforçou.
Confrontado, a seguir, com a opinião de Francisco Assis de que António Costa seria muito útil como presidente do Conselho Europeu, o Presidente da República concordou: "Ah, mas eu não tenho uma dúvida. O primeiro-ministro tem um prestígio europeu excecional, e falando com elementos dos vários grupos políticos europeus, é evidente que ele tem condições para poder vir a ser o próprio presidente do Conselho Europeu, assim ele entenda que tem as condições internas".
Sobre uma possível candidatura de António Costa a Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu: "Tem de perguntar ao doutor António Costa, ele é que tem de escolher o futuro, tendo vários possíveis futuros. Eu não, eu tenho de gerir este futuro imediato de cerca de dois anos".
"Estão-me a perguntar: e depois dos dois anos, ele seria um bom candidato presidencial? Eu digo: sim, se entretanto não estiver presidente do Conselho Europeu. Se estiver presidente do Conselho Europeu, não pode ser as duas coisas ao mesmo tempo", completou.
Segundo o Presidente da República, não teria sido possível dissuadir António Costa de se demitir: "Como é que se dissuade uma pessoa que tem uma convicção muito profunda, muito profunda de que aquilo é a única saída correta na sua vida? É impossível, é impossível".
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