Dois Estados após o fim do conflito entre Israel e Hamas? Pelo menos é essa a opinião do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que apelou hoje aos líderes israelitas e árabes que pensem seriamente sobre a eventual realidade pós-guerra e que considerem uma solução de dois Estados para pôr fim ao conflito israelo-palestiniano.
Qual a notícia?
Joe Biden diz que "não há como voltar ao estado em que se estava em 6 de outubro”, referindo-se ao dia anterior ao grupo islamita palestiniano Hamas, considerado terrorista por Washington e pela União Europeia, atacar Israel e desencadear a recente guerra.
Sobre a solução de dois Estados, Benjamin Netanyahu disse que poderia ser uma nova etapa “longa e difícil”.
A solução de dois Estados — em que Israel coexistisse com um Estado palestiniano independente — tem sido tentada por presidentes dos Estados Unidos e diplomatas do Médio Oriente há décadas. A questão foi colocada em segundo plano desde que o último esforço de negociações de paz liderado pelos Estados Unidos fracassou em 2014 devido a divergências sobre a libertação de prisioneiros palestinianos e outras questões.
Há viabilidade?
Biden diz que sim, mas a grande maioria dos especialistas não acreditam.
Dennis Ross, um antigo negociador dos Estados Unidos diz mesmo que tal será "impossível".
"São realidades totalmente distintas. São povos diferentes, que lutam por coisas muito diferentes. Uns lutam pela liberdade total, outros por um estilo de vida que têm há muitos anos", salientou.
Ideia original de Biden?
Não. Esta é uma solução há muito discutida, sobretudo por muitos diplomatas do Médio Oriente e nem para eles está claro que uma situação futura permitirá qualquer processo de paz renovado - particularmente um tão ambicioso, como o de Joe Biden.
O sentimento de insegurança do lado israelita e o número crescente de vítimas do lado palestiniano poderão minar o apetite das partes por compromissos, dizem os especialistas.
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