“O líder do PSD não precisa de moções de confiança”, disse José Manuel Fernandes, presidente da Comissão Política Distrital de Braga, depois de ler o documento que foi subscrito por todas as distritais, à exceção da Área Metropolitana de Lisboa.
Sublinhando que, pelo facto de uma distrital não ter assinado o documento, não se pode tirar daí a ilação de que não concorda com o conteúdo, José Manuel Fernandes disse que “esta é uma posição de repúdio por parte das distritais”.
“É uma posição para que haja paz, para que nos deixem trabalhar e para que todos possam ter um objetivo comum, que o país bem precisa, de uma alternativa séria, credível e competente”, personificada no líder do PSD, declarou José Manuel Fernandes, numa conferência de imprensa que se realizou na Casa do Brasil, em Santarém.
Perante a maioria dos presidentes das distritais que subscreveram o documento, João Moura (Santarém) explicitou que a “ideia” nasceu de “alguns”, citando Santarém, Porto e Braga, tendo sido Aveiro a contactar os restantes.
Questionado sobre se a “maneira menos habitual” de Rui Rio fazer política não justifica muitas das tomadas de posição criticadas no documento, José Manuel Fernandes afirmou que os portugueses apreciam um líder genuíno, que diz o que pensa”, mas cuja mensagem “por vezes é deturpada por uma cortina de fumo criada por alguns militantes”.
“Para habilidoso, basta-nos o António Costa, que está a governar e é primeiro-ministro sem sequer ter ganho as eleições, que consegue disfarçar o défice, que consegue esconder os cortes através de cativações. Nós temos um líder que diz o que pensa, que é genuíno, que todos lhe reconhecem seriedade”, declarou.
Para o líder da distrital de Braga, a atitude de alguns militantes “dificulta a passagem de uma mensagem”, que, “eliminando-se essa cortina de fumo, chegará de uma forma clara”.
José Manuel Fernandes reafirmou que o objetivo da conferência de imprensa de hoje resume-se a um apelo a que “deixem o líder trabalhar” e a um desafio a que “todos ajudem nesse objetivo”, lamentando que haja “alguns” também a tentarem “deturpar” esta iniciativa das distritais.
Frisando que, nesta altura, o calendário eleitoral “não está aberto” no partido, “nem ninguém se posicionou para nenhum objetivo pessoal eleitoral”, o líder da distrital de Braga referiu que o texto comum surgiu “face a um avolumar de mensagens que procuram contradizer a mensagem do líder”.
Além disso, continuou o presidente da distrital do Porto, Alberto Machado, não se pode “permitir que agendas pessoais ultrapassem a agenda coletiva” e é necessário “censurar algumas pessoas que têm tentado tirar alguns dividendos pessoais naquilo que é um coletivo”.
Questionado sobre a alegada contradição entre as declarações de Rui Rio e do líder parlamentar social-democrata acerca da nova procuradora-geral da República, Alberto Machado afirmou que este é mais um episódio da “tal cortina de fumo”.
Em relação a esta questão, José Manuel Fernandes remeteu para o ponto do comunicado que defende a “liberdade de expressão” dentro do partido, reiterando que as críticas construtivas são “acarinhadas” e que o documento visa “aqueles que, de forma reiterada e propositada, estão sempre no ‘caminho do erro’, prejudicando as mensagens que, numa linguagem simples e genuína, por vezes até podem admitir mais que uma interpretação”.
O documento hoje divulgado publicamente pede que todos os militantes contribuam para que a “solidez e clareza da mensagem” não seja deteriorada perante a opinião pública e lamenta “o ambiente de permanente instabilidade” para com a direção nacional e o seu presidente e o que se classifica de “constantes tentativas de deturpação das suas mensagens políticas, nomeadamente por parte de militantes do partido”.
“Quem age desta forma não quer que o PSD vença as eleições legislativas, na medida em que tudo está a fazer para prejudicar esse objetivo”, é referido.
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