Em declarações por telefone a jornalistas em Miami (na Florida), pouco depois da libertação, Ferrer queixou-se das condições da sua detenção e afirmou que foi submetido a “torturas psicológicas”, denunciando as más condições da cela e um “interrogatório contínuo”.
O dissidente disse que receia ser preso de novo e assegurou que se mantém a acusação de “tentativa de homicídio” a que se juntam outras, que resultam da sua atividade nos últimos anos.
Ferrer, 48 anos, foi detido no passado dia 03 de agosto depois de um incidente com o seu automóvel e com um agente da polícia política em Palmarito de Cauto, leste de Cuba.
Na acusação do Ministério Público, divulgada pela imprensa estatal cubana, consta que Ferrer lançou o carro contra o polícia, que apesar de tentar evitar o impacto, acabou por ser atingido com uma pancada num braço.
O líder da União Patriótica de Cuba, que na altura do ocorrido viajava com o seu motorista e colaborador, Ebert Hidalgo, libertado há três dias, disse hoje que o polícia se colocou à frente do veículo quando acelerou e não teve tempo de alterar a manobra.
Ferrer prometeu continuar a sua luta, agradeceu a solidariedade que recebeu enquanto esteve detido e pediu que não sejam esquecidos os “cem presos políticos” em Cuba que, segundo disse, estão como se estivessem em “campos de concentração”.
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