O advogado referia-se a um alegado financiamento ilegal noticiado pela revista Sábado, segundo a qual o ex-Presidente terá beneficiado na campanha de “um esquema do Banco Espírito Santo” no valor de 253 mil euros, e que estará a ser investigado pelo Ministério Público.
O esquema basear-se-ia no financiamento através de cheques emitidos por altos responsáveis do BES, que depois teriam sido ressarcidos pelo próprio banco através de contas offshore, contornando assim a lei, que proíbe donativos de empresas. Os contributos individuais não podem exceder os 25600 euros e têm de ser feitos por cheque.
Segundo Vasco Valdez, “a candidatura recebeu os cheques, contabilizou-os e verificou a sua legalidade. A partir daí” — sublinhou — “nada mais lhe compete. A nossa função termina aí e nada mais nos compete averiguar”.
O advogado também considera que, para a candidatura, “não houve qualquer violação da legislação de financiamento”, nem o ressarcimento é um seu problema. “Não conseguimos saber a origem dos donativos”, declarou ainda à Lusa, considerando-se “muito tranquilo”.
Por sua vez, o gabinete de Cavaco Silva fez saber que o ex-Presidente remetia as explicações para o que havia escrito em 2017 no seu livro “Quinta-feira e outros dias”.
No livro, Cavaco Silva escreve que foram Eduardo Catroga e Ricardo Baião Horta quem se encarregou do financiamento da sua campanha “no estrito cumprimento da lei”.
“Foi um apoio que muito valorizei, porque, pessoalmente, sempre tive uma forte aversão a pedir dinheiro para campanhas eleitorais. Nunca o fiz ao longo da minha vida política”, reitera.
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