“Estamos realmente preocupados, porque o sarampo estava eliminado e tínhamos sido, até aqui, um país livre da doença, devido ao programa de vacinação, sobretudo das crianças, com uma vacina que deve ser administrada aos 12 meses de idade”, disse à agência Lusa Francisco George, em Albufeira, no Algarve, onde participa num encontro promovido pelo Rotary local.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou hoje que Portugal regista desde o início do ano cinco casos de sarampo, um no norte e quatro no Algarve, estes últimos detetados no mês de março.
De acordo com o diretor-geral de Saúde, os casos estão a ser investigados, porque é preciso perceber como é que as crianças, que não estavam vacinadas, adquiriram a doença.
Francisco George referiu que Portugal estava avisado para o surgimento de eventuais casos de sarampo, “depois de a Organização Mundial da Saúde ter comunicado que havia esse risco, quando identificou bolsas importantes da população que não vacinavam os seus filhos”.
“Apesar da pouca expressão de crianças não vacinadas em Portugal, estávamos avisados e numa posição muito atenta, com o reforço da vigilância”, sublinhou.
Segundo o diretor-geral da Saúde, a vacina é para ser administrada aos doze meses de idade, com um reforço aos cinco anos, sendo muito eficaz na proteção do sarampo.
“O nosso apelo é para que todas as crianças destas idades tenham a vacina em dia e que os pais e mães não deixem de vacinar as crianças, porque não podem dispor do destino da saúde dos seus filhos, as crianças não podem ter a sua saúde exposta a riscos, porque não têm poder de decisão”, destacou.
Francisco George alertou ainda para o perigo que o sarampo representa, “sendo uma infeções virais mais contagiosas, cuja transmissão é feita à distância, por via aérea através de gotículas ou aerossóis”.
“Uma criança que tenha sarampo, antes mesmo de surgir a expressão cutânea, uma vermelhidão [as manchas vermelhas] que designamos por exantema, são manchas que acompanham um quadro respiratório catarral, o muco nasal, expetoração e outros sintomas como os olhos pegados”, indicou.
Na opinião do diretor-geral da Saúde, “são poucos os médicos, principalmente os mais novos, que não conhecem a doença”.
“A vacinação do sarampo começou há cerca de 35 anos e, portanto, são poucos os médicos que conhecem o sarampo. É, por isso, que estamos preocupados. Estamos a falar de uma doença que tinha um diagnóstico fácil quando era frequente”, concluiu.
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