“A carga da diabetes é grande e tem um peso e uma magnitude enorme, tanto a nível social como económico. A boa notícia é que ela é vulnerável à intervenção dos cidadãos. A vulnerabilidade da doença vem da prevenção”, afirmou a diretora-geral de Saúde (DGS).

Graça Freitas falava no hospital Beatriz Ângelo, em Loures, durante a apresentação pública do relatório do Programa Nacional para a Diabetes (2017), no dia em que se assinala o dia Mundial desta doença.

Segundo o relatório, entre dez a doze portugueses morrem a cada dia, em média, por diabetes, uma doença que afeta mais de um milhão de pessoas em Portugal.

No entanto, os dados mostram que a mortalidade causada por esta doença tem vindo, ainda assim, a diminuir e que 2015 foi o ano que registou a taxa de mortalidade padronizada mais baixa, com 19,4 mortos por 100 mil habitantes.

Morrem por ano por diabetes entre 2.200 a 2.500 mulheres e cerca de 1.600 a 1.900 homens, o que significa mais de 4% das mortes das mulheres e de 3% nos homens.

Para a diretora-geral de Saúde “ainda existe uma elevada prevalência em crianças e grávidas”, no entanto, “há que destacar” o facto de existirem melhorias ao nível da realização de rastreios e uma diminuição do nível de amputações resultantes desta doença.

Graça Freitas destacou, igualmente, a “robustez de todo o sistema de saúde (público e privado)". “A mensagem que quero aqui transmitir é de esperança”, apontou.

A diretora do Programa Nacional para a Diabetes, a endocrinologista Cristina Valadas, responsável pela elaboração do relatório, sublinhou que a diabetes “é uma epidemia e tem de ser combatida de forma feroz”, referindo que esta doença “mata mais do que a Sida ou a Malária”.

“É uma doença que pode e deve ser combatida precocemente. Esta luta não pode ser só das autoridades de saúde, mas da sociedade em geral”, defendeu.

Segundo alguns especialistas da área da saúde que comentaram os resultados deste relatório, além da prevenção, deverá existir um incentivo à prática do exercício físico e à adoção de uma alimentação mais saudável.

Até 2020, a DGS pretende aumentar em 30 mil o número de novos diagnósticos através de diagnóstico precoce, diminuir a mortalidade prematura por diabetes em 5% e diminuir o desenvolvimento de diabetes em 30 mil utentes de risco.

Em termos regionais, a diabetes apresenta maior prevalência no Alentejo e na região autónoma dos Açores, sendo o Algarve a região com menor prevalência.