A manifestação, que se juntou sob o lema “Pela concórdia, pela Catalunha: Basta!” percorreu o “Passeig de Gràcia”, uma das principais avenidas da cidade, onde as melhores marcas e negócios importantes se concentram, agitando milhares de bandeiras espanholas, e fazendo ecoar frases como “Viva a Espanha”, “Sou espanhol”, “Barcelona não se queima” ou “Torra e Puigdemont [atual e anterior presidentes do governo da Catalunha], juntos na prisão”.
A marcha contou, entre outros, com a presença dos atuais ministros dos Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, e do Desenvolvimento, José Luis Ábalos; do primeiro secretário do Partido Socialista da Catalunha (PSC), Miquel Iceta; do presidente do Partido Popular (PP), Pablo Casado; do líder do Ciudadanos (Cs), Albert Rivera; assim como do líder da Barcelona pel Canvi, Manuel Valls, e do líder da lista de Vox para Barcelona, Ignacio Garriga.
A mobilização decorreu sem incidentes e terminou com a leitura de um manifesto e um discurso do presidente da SCC, Fernando Sánchez Costa.
Os organizadores sublinharam no manifesto que a Catalunha constitucionalista “nunca mais será silenciada, desprezada ou devolvida às trevas: esta Catalunha que reivindica o seu legítimo lugar continuará a fazê-lo sem descanso”, de acordo com a agência Efe.
“Se, quando desenharam o processo [de independência], assumiram a nossa imobilidade e o nosso silêncio, devemos dizer-lhes que conseguiram o contrário”, acrescenta o texto, intitulado “Para o fim da política de exclusão” e lido em catalão, espanhol, inglês e francês.
O presidente da SCC pediu a demissão do presidente do governo da Catalunha, Quim Torra, e a convocação imediata de eleições na região autónoma, acusando Torra de não saber “governar para todos os catalães” e de preferir “agir como um ativista”, numa referência ao facto de o político ter participado na manifestação deste sábado, que juntou 350 mil pessoas nas ruas da cidade para exigirem a libertação dos nove políticos catalães condenados pelo Supremo Tribunal a penas de prisão no processo relacionado com a organização do referendo pela independência em outubro de 2017.
“É muito simples, presidente, coloque as urnas”, afirmou Sánchez Costa, parafraseando com ironia a ex-presidente do parlamento, Carme Forcadell, uma das pessoas condenadas à prisão pelo seu papel no ‘procés’ e que, em 2014, quando era presidente do parlamento catalão, pediu ao então presidente da Generalitat, Artur Mas, para “colocar as urnas” e realizar a consulta sobre a independência da Catalunha, que viria a ser realizada em 9 de novembro desse ano.
Antes do início da manifestação, o ministro interino dos Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, pediu a “todos” para agradecer à polícia nacional e à polícia antimotim pelo trabalho até agora realizado na manutenção da ordem, porque, “sem eles, Barcelona estaria fora de controlo”.
O presidente do PP, Pablo Casado, exigiu que o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, diga antes das eleições do próximo dia 10 de novembro se quer fazer um pacto com Torra.
Já o líder do Cs, Albert Rivera, afirmou que “não é possível governar com aqueles que querem partir este país” ou “com aqueles que queimam as ruas”, e que é necessário “procurar soluções nas quais o constitucionalismo seja mais forte”.
Ainda que os organizadores não tenham convidado a Vox para participar na manifestação, Ignacio Garriga, o seu candidato ao Congresso de Barcelona, dissidente da SCC, fez questão de participar no evento, onde acusou os socialistas de “traição à pátria”.
A marcha da SCC aconteceu um dia depois da manifestação contra a condenação dos líderes independentistas proferida pelo Supremo Tribunal, que, segundo a Guarda Urbana de Barcelona, reuniu cerca de 350 mil pessoas na avenida da Marina, e depois evolui para uma concentração de cerca de 10 mil pessoas junto à sede a Polícia Nacional na Via Laetana, onde uma sucessão de incidentes ao longo da noite resultou em 46 manifestantes e 28 agentes das forças de segurança feridos e sete detidos.
Hoje, várias centenas de pessoas reuniram-se em frente à sede da polícia na Via Laietana para agradecer aos agentes pelo trabalho.
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