"Mas, se temos bons motivos de orgulho pelos resultados alcançados, temos de estar determinados a fazer aquilo que falta fazer. Não podemos estar conformados nem nos deixar deslumbrar. Há muito ainda por fazer", afirmou António Costa, perante a Comissão Nacional do PS, órgão máximo partidário entre congressos, que está reunido num hotel de Lisboa.
Na sua intervenção inicial nesta reunião, que foi aberta aos jornalistas, o secretário-geral do PS provocou um aplauso quando se referiu ao encerramento formal do Procedimento por Défice Excessivo a Portugal (PDE) e ao facto de a agência de notação financeira Fitch, "pela primeira vez em muitos anos, ter dado uma visão positiva" sobre a dívida portuguesa.
Contudo, defendeu que esses não são os únicos "bons motivos" que os socialistas têm para "estar orgulhosos dos resultados que o país tem alcançado", e salientou a evolução do investimento e das exportações e o crescimento da economia registado no primeiro trimestre, adiantando: "Seguramente, neste segundo trimestre vamos ter novamente uma aceleração do nosso crescimento".
"Mas o resultado que nos deva motivar mais e nos dar mais orgulho - porque durante toda a campanha eleitoral definimos que era o principal objetivo da nossa política económica - é o resultado que temos obtido em matéria de emprego", acrescentou.
Antes de entrar na análise da situação política, António Costa saudou a atribuição do Prémio Camões, "o mais importante galardão da literatura lusófona", a Manuel Alegre, e pediu uma salva de palmas para o histórico socialista que, disse, "tem dado sempre ao longo de muitos anos um contável contributo para o partido".
Sobre a evolução do emprego, o secretário-geral do PS declarou: "O facto de, pela primeira vez, o desemprego ter caído para baixo de 10% e de termos tido um dos maiores crescimentos do emprego em toda a União Europeia, é seguramente um motivo de orgulho, e que nos confirma que temos estado na boa direção".
Agora, "é necessário garantir que este crescimento é sustentável, que a convergência vai prosseguir", criar mais oportunidades para "os milhares de cidadãos que ainda hoje estão desempregados" e condições para o regresso dos "milhares de portugueses que foram forçados a abandonar o país", elencou.
"Temos muito que fazer", concluiu.
"Temos, por isso, razões para estar orgulhosos, mas temos sobretudo a responsabilidade de continuar a trabalhar para poder ter bons resultados", reforçou.
António Costa sustentou que o Governo do PS conseguiu os atuais resultados, seguindo "um caminho diferente daquele que a direita prosseguia", que trouxe confiança.
Depois, o primeiro-ministro referiu que "essa confiança passa por vários fatores", que há que manter: "Passa, naturalmente, por mantermos uma trajetória sólida e sustentada de redução do nosso défice e de diminuição dos nossos encargos com a dívida".
"Passa, seguramente, por mantermos estabilidade política, e continuarmos a manter com o PEV, com o PCP e com o Bloco de Esquerda o relacionamento saudável, construtivo, leal e franco com que, no respeito pela identidade de cada um, temos sabido construir uma solução que tem garantido ao país estabilidade política, e que tem todas as condições para continuar a garantir ao país estabilidade política até ao final desta legislatura", completou.
O secretário-geral do PS terminou o seu discurso reiterando que "o trabalho tem de prosseguir para consolidar os resultados".
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