O Ministério do Interior (Administração Interna) espanhol anunciou em comunicado que as detenções tiveram lugar durante 31 rusgas da polícia nas cidades de Barcelona e Girona, na comunidade autónoma da Catalunha.
Os indivíduos detidos estão a ser investigados por alegado desvio de fundos, prevaricação e branqueamento de dinheiro, afirma o ministério, acrescentando que as investigações revelaram que o dinheiro destinado ao governo regional e a uma entidade regional de promoção de equipas de desporto tinha sido desviado ilegalmente.
Entre os detidos estão quatro pessoas próximas do antigo presidente independentista do governo catalão Carles Puigdemont, suspeitos de desviarem fundos para financiar as suas despesas na Bélgica, para onde foi em 2017, fugindo à justiça espanhola: o antigo conselheiro (ministro) do governo catalão, Xavier Vendrell, o chefe do gabinete de Puigdemont, Josep Lluís Alay, o empresário Oriol Soler e David Madí, o antigo chefe da Convergência Democrática da Catalunha (CDC), o partido a que Puigdemont pertencia inicialmente.
A investigação, que está a ser feita há um ano e meio, decorre do processo aberto por um juiz contra um alegado esquema fraudulento para transferir subsídios para fundações relacionadas com a CDC.
Durante a investigação, a Guardia Civil (correspondente à GNR portuguesa) descobriu, entre outras coisas, os alegados crimes de prevaricação na requalificação de terrenos rústicos para a construção de um centro de negócios, um restaurante e uma escola na cidade de Cabrera de Mar (Barcelona), na zona conhecida como Villa Bugatti, gerida pelo ex-conselheiro da ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) Xavier Vendrell.
A televisão catalã TV3 descreveu alguns dos indivíduos que estão a ser investigados como “homens de negócios com ligações” aos dois principais partidos pró-independência da Catalunha — Juntos pela Catalunha, de Puigdemont, e ERC, do ex-vice-presidente da região Oriol Junqueras, que está a cumprir uma pena de prisão.
Vários dos principais líderes da tentativa da tentativa falhada de independência em 2017 da Catalunha, uma comunidade autónoma espanhola que fica a nordeste do país, junto à França, estão na prisão, condenados por crimes de sedição e/ou desvio de fundos públicos.
Outros políticos escaparam à justiça espanhola fugindo do país, como é o caso de Carles Puigdemont.
Os partidos independentistas são maioritários no parlamento regional, com cerca de 50% dos votos dos eleitores, e continuam a ser responsáveis pelo Governo daquela região espanhola.
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