Miguel Arruda, eleito nas listas do Chega nas últimas legislativas, tinha participado pela última vez numa sessão plenária em 24 de janeiro, precisamente no dia em que o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, tinha anunciado que o deputado passaria a não inscrito.

Nessa sessão, o deputado tinha-se sentado na última fila do hemiciclo, ao lado da bancada do Chega, o que levou o líder parlamentar do partido, Pedro Pinto, a protestar, avisando que não se responsabilizaria pelo que se poderia passar durante o plenário.

A conferência de líderes determinou posteriormente que o lugar de Miguel Arruda continuaria a ser o mesmo: na última fila do hemiciclo, no alinhamento da bancada do Chega. Foi nesse lugar que Miguel Arruda se sentou hoje.

Em 21 de janeiro, Miguel Arruda foi constituído arguido por suspeita do furto de malas no aeroporto de Lisboa, e nesse mesmo dia a PSP realizou buscas nas casas do deputado em São Miguel e em Lisboa.

Em causa estão suspeitas de crimes de furto qualificado e contra a propriedade. Miguel Arruda terá furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas do aeroporto de Lisboa quando viajava vindo dos Açores no início das semanas de trabalhos parlamentares.

Dois dias depois, Miguel Arruda reuniu-se com o líder do Chega, André Ventura, e anunciou que ia desfiliar-se do partido e passaria a deputado não inscrito.