À agência Lusa, Hugo Oliveira, afirmou que houve “a preocupação de ter todos os concelhos do distrito de Leiria reunidos nos órgãos distritais”, reconhecendo que, “se até há uma semana o foco seria” as eleições autárquicas de 2025, passando pelas europeias de 2024, “agora tem uma relevância especial” as legislativas do próximo ano.
“O objetivo [da candidatura] é voltar a reunir a confiança dos eleitores do distrito de Leiria a estes dois níveis, um no que diz respeito às legislativas e voltar a ganhar as eleições legislativas no distrito, e, no que diz respeito às autárquicas, aumentar o número de câmaras”, declarou.
Segundo o parlamentar, estes “são dois objetivos claros de trabalho político” que se pretende, “devolvendo a confiança ao PSD nos vários concelhos”, sendo que, a nível interno, está o aumento da militância, a formação dos quadros do partido “e melhorar a representatividade do PSD em todo o distrito”.
Questionado sobre a situação política do país - o Presidente da República dissolveu na quinta-feira o parlamento e marcou eleições legislativas para março de 2024, dois dias depois de o primeiro-ministro, alvo de uma investigação - apresentar a demissão -, Hugo Oliveira salientou que esta a instabilidade é preocupante.
Recusando entrar em questões judiciais, o deputado, também vereador na Câmara das Caldas da Rainha, considerou que, “no panorama e no patamar políticos, o que se está a passar descredibiliza” a política, situação que o preocupa, “até porque as instituições já vinham a ser descredibilizadas ao longo dos últimos anos”.
Hugo Oliveira, eleito deputado em 2019 e reeleito em 2022, salientou ainda que o país “precisa de estabilidade, precisa que o PSD, que está preparado, tenha a oportunidade de dar essa estabilidade, de ter a serenidade suficiente de dar credibilidade às instituições e permitir que os portugueses vejam que o futuro possa ser diferente daquilo que é o presente”.
Hugo Oliveira, jurista de 48 anos, considerou “a instabilidade que existe na política reflete-se também na vida das pessoas”, que estão “com uma dificuldade terrível nos dias que correm” devido à crise.
“Há que ter a serenidade suficiente de perceber que o país deve dar essa serenidade às pessoas e, para isso, é preciso alguém que queira governar, mas governar com essa tranquilidade e longe destes escândalos”, disse, defendendo a necessidade de dar “este sinal de que a política pode ser um ato nobre e deve sê-lo”.
As eleições decorrem entre as 15:00 e as 19:00, estando as mesas de voto abertas em todos os concelhos do distrito. Deste sufrágio sai a nova composição dos órgãos distritais de Leiria, para o mandato 2023-2025: comissão política, mesa da assembleia, conselho de jurisdição e comissão de auditoria financeira.
Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD conquistou oito câmaras, o PS sete e os independentes um município no distrito. Quatro anos depois, os independentes passaram a liderar quatro municípios, enquanto PS e PSD dividiram as restantes 12 autarquias.
Nas legislativas de outubro de 2019, os sociais-democratas alcançaram cinco assentos no parlamento, o PS quatro mandatos e o Bloco de Esquerda um.
Já em janeiro de 2022, o PS ganhou, pela primeira vez, uma eleição legislativa no distrito de Leiria, tradicionalmente social-democrata, conquistando cinco deputados, enquanto o PSD obteve quatro, tendo o BE perdido o mandato para o Chega.
O primeiro-ministro, António Costa, é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e o ‘data center’ de Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.
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